O presidente do Conselho de Administração da Varig, David Zylbersztajn, informou hoje que foram demitidos cerca de cem pilotos da companhia que há dois anos estavam sem função. Segundo o presidente, eles comandavam aviões modelos Embraer 145, que já não fazem mais parte da frota da empresa.

Atualmente a Varig conta com 1.695 pilotos. Segundo Zylbersztajn, o corte faz parte do plano de recuperação que inclui corte de custos em geral.

– O plano que foi entregue independente da aprovação dos credores está sendo aplicado e diversos cortes de custos e processos de gestão interna estão sendo aplicados. No caso são pilotos que estão há dois anos sem função não faz sentido mantê-los – afirmou Zylbersztajn.

Contudo, a presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Graziella Baggio, afirma que foram demitidos 156 pilotos e co-pilotos da companhia que já estavam voando em aviões 767 da Varig.

– Boa parte destes pilotos estavam voando em aviões 767. A atual gestão não está cumprindo acordos como o que prevê que demissões só serão feitas por tempo de empresa, o que não aconteceu nestes cortes. Além disso, a empresa não terá como pagar estas rescisões. Vamos protocolar uma petição no Ministério Público e entraremos com uma ação na Justiça do Trabalho para impedir as demissões enquanto o plano de recuperação da Varig não for aprovado – diz Graziella.

Marcio Marsilac, coordenador do movimento Trabalhadores do Grupo Varig (TGV), que engloba as associações de pilotos, comissários e mecânicos da companhia, disse que também entrará com um pedido de contestação das demissões na Justiça. Ele garantiu que o Movimento entregará à Varig um pedido de esclarecimento sobre o real motivo das demissões que, segundo ele, foram feitas sem qualquer diálogo com os representantes dos trabalhadores.

AGÊNCIA O GLOBO