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 | 16/11/2005 19h56min

Palocci reconhece que juros são altos

Sarney avalia como positivo depoimento de ministro em comissão

Durante audiência na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado (CAE), o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, reconheceu que os juros são altos, porém vêm caindo lentamente. Em resposta ao senador César Borges (PFL-BA), o Palocci disse que o país precisa "conquistar juros menores", o que só pode acontecer com a redução da dívida pública, uma preocupação recorrente do governo federal.

Palocci rebateu as críticas às políticas monetária e fiscal do governo feitas pelo senador Eduardo Suplicy (PT) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, afirmando que elas são importantes para controlar a inflação e garantir os investimentos sociais no longo prazo. Suplicy criticou os altos juros, o aumento dos gastos decorrente deles, e o esforço fiscal acima da meta estabelecida pelo governo. O ministro reconheceu que os gastos com juros cresceram muito, mas destacou que o benefício da redução da inflação de 8% para 5%, possível graças ao aperto monetário, foi mais significativa.

– O resultado me parece melhor para a sociedade como um todo. Será que talvez não fosse melhor não fazer o esforço monetário e deixar a inflação na casa dos 10%? – rebateu Palocci, lembrando que essa estratégia foi mal sucedida no passado.

Quanto ao esforço fiscal, Palocci defendeu mais uma vez o estabelecimento de metas fiscais de longo prazo. A meta de superávit primário é de 4,25%, mas esse percentual já passa hoje de 6%.

– Não acho necessário aumentar o esforço fiscal, acho necessário aumentar o tempo – defendeu, citando casos bem sucedidos na Irlanda e no Chile.

Segundo ele, os agentes econômicos antecipariam os ganhos de compromissos fiscais de dez anos, permitindo a queda dos juros.

O senador José Sarney (PMDB-AP) avaliou como boa a participação de Palocci na audiência na CAE do Senado. Sarney disse que Palocci passa segurança em tudo o que fala e mostrou que enfrenta uma guerra política municipal em Ribeirão Preto, que não acabará tão cedo. Sarney considera que, em função de ser uma guerra política, não dá para saber qual o futuro político de Palocci. Ele acredita que a pressão continuará, mas não acha que o ministro corre o risco de deixar a pasta enquanto a política econômica do governo for bem-sucedida.

AGÊNCIA O GLOBO
 
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