| 12/06/2008 07h34min
Como a direção colorada ainda não definiu quem será o substituto de Abel Braga, o grupo de jogadores do Inter decidiu assumir a responsabilidade sobre a equipe. Em pequenas reuniões diárias, no vestiário, no gramado ou até mesmo no estacionamento do estádio do Beira-Rio, o recomeço é articulado entre os líderes.
Os jogadores sabem que não é apenas o projeto do centenário do clube que corre risco com a péssima campanha no Brasileirão. Seus nomes também estão em jogo. Com três derrotas em cinco partidas, o Inter aparece na zona de rebaixamento. Segundo os jogadores, o mau desempenho não está ligado à demora na contratação.
– Particularmente, isso não me incomoda. Quem entra em campo e tem a responsabilidade de vencer somos nós – afirmou Nilmar.
O interino Guto Ferreira é tratado com respeito pelo grupo. Mas como ele próprio admite que não é sua intenção permanecer à frente do Inter, os jogadores ficam na espera do próximo comandante.
– Jogador de futebol gosta de ter uma autoridade acima dele. Precisa de um comando forte. Com um comando definitivo, a recuperação no campeonato ficará mais fácil. Mas, no momento, cabe ao grupo resolver – disse Wellington Monteiro.
Fernandão corrobora o discurso do volante. Acha que a direção precisa de tempo para escolher por convicção um técnico definitivo para o Inter, e não cometer o "equívoco do ano passado", quando Gallo chegou e não controlou o grupo (Abel acabou voltando). Entende ainda que é preciso corrigir imediatamente os erros dos últimos jogos. Fernandão cita as derrotas para Flamengo e Portuguesa (ambas de virada, com gols no início do segundo tempo) como exemplos de desatenção:
– O momento não é bom.
Por isso, os jogadores têm que se mobilizar, conversar muito para melhorar a situação. Hoje o comando é do Guto, e temos que respeitá-lo. A direção tem que definir o treinador o quanto antes, mas com cautela e convicção.
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