| 30/05/2008 14h56min
Depois de despachar o Blooming, o Grêmio garantiu a vaga antecipada nas semifinais da Libertadores de 1983 ao vencer o Bolívar por 3 a 1, no Olímpico, em 31 de maio. O segundo gol do jogo foi marcado pelo meia-atacante Tonho, que completou de cabeça depois do cruzamento de Tita. O próprio Tita marcou os dois outros gols da vitória gremista.
Esta é a segunda reportagem de uma série especial do clicRBS sobre os 25 anos da conquista da Libertadores de 1983 pelo Grêmio
– Foi o primeiro e único gol de cabeça que eu fiz na minha carreira – lembra Tonho.
O Grêmio fez 2 a 0 logo no início do jogo, mas o duelo com os bolivianos foi duro, como lembra o ex-jogador e hoje técnico do Ypiranga de Erechim, que disputa a Segundona do Gauchão.
– Nós tínhamos vencido na Bolívia e era difícil de vencer lá. O time deles tinha vários argentinos, que nos provocaram, cuspiram, deram tapa e isso criou uma certa rivalidade entre a gente. Antes do jogo a gente conversou e decidiu que faríamos o placar e depois deixaríamos eles na roda, para mostrar que nós tínhamos mais qualidade que eles. E foi isso que aconteceu – revela Tonho.
Flamengo engasgado
A vitória deu a classificação no grupo 2 da Libertadores ao Grêmio e eliminou o Flamengo. Foi uma eliminação especial para os tricolores. No ano anterior, o time carioca tinha levado o título do Campeonato Brasileiro em uma decisão polêmica até hoje: no segundo jogo da final, no Olímpico, o volante Andrade tirou com a mão, de dentro do goleira, o que seria o gol do título gremista. O juiz deu prosseguimento à jogada e a decisão foi para um terceiro jogo, quando o Flamengo levou a melhor.
– Nós ficamos com aquilo engasgado. O Flamengo mudou muito em 83 e o time que ganhou da gente tinha muita qualidade. Na decisão em 82, nós sufocamos o Flamengo, teve a jogada da mão do Andrade, mas não conseguimos marcar o gol. E aquilo foi um aprendizado para a gente – completa Tonho.
Para ex-jogador, o determinante para a conquista da Libertadores foi a força do grupo gremista. O próprio Tonho nunca foi titular, mas era peça importante no esquema montado por Valdir Espinosa.
– Nós tínhamos ido mal no Gauchão e havia uma desconfiança em relação à qualidade do grupo. Isso fez com que o grupo se fechasse cada vez mais. A conquista da Libertadores veio por isso: pela unidade dos jogadores.
Relação conturbada com o Grêmio
Tonho, que também jogou no Inter, desembarcou no Estádio Olímpico no final de 1981, indicado pelo técnico Enio Andrade. Foi campeão da Libertadores e do Mundo e depois emprestado. Nos anos 90, trabalhou nas categorias de base do Grêmio e foi auxiliar técnico de Emerson Leão e Celso Roth.
A última passagem pelo Olímpico, contudo, foi conturbada. Auxiliar de Hugo De León, Tonho ainda guarda mágoa por ter sido demitido após Mano Menezes assumir o comando gremista em 2005.
– Não sei o que aconteceu. É uma coisa que não entendo até hoje.
Apesar disso, diz torcer muito para o amigo Celso Roth, atual técnico do Grêmio.
– O Celso é um cara que trabalha muito e às vezes é injustamente criticado. Às vezes isso até me deixa triste, mas faz parte do futebol – conclui Tonho.
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