| 04/05/2008 22h22min
O zagueiro Cláudio Luiz não agüentou o drama. Encerrada a prorrogação, o jogador não conteve as lágrimas e teve que ser amparado pelos companheiros ainda no gramado. Autor de dois gols durante o tempo normal, o jogador encarou pelo segundo ano consecutivo a frustração da perder o título estadual em pleno Estádio Heriberto Hülse.
Idolatrado pelo torcedor, o baiano de Salvador estava disposto a fazer história com a camisa do Tigre. Com a vitória parcial do Figueirense na primeira etapa, o zagueiro chamou a responsabilidade e passou a liderar a reação do Criciúma. A forma da liderança ficava visível com a longa perna direita esticada a cada chutão na zaga, e os braços erguidos no ataque, pedindo a bola na área.
Na terceira bola erguida em sua direção, o zagueiro aproveitou o corpanzil favorecido pelos 1m98cm de altura para ganhar do marcador e cabecear sem chances para Wilson. No segundo tempo, o jogador manteve a regularidade e subia ao ataque com autoridade de
que receberia a bola na pequena
área.
Foi assim que surgiu o terceiro gol do Tigre, numa jogada combinada com Valdeir. Com o dever feito nos 90 minutos, o zagueiro não conseguiu impedir que o ataque do Figueirense chegasse ao gol do título na prorrogação. Mas, naquela altura do jogo, o posicionamento já não era mais obedecido por 20 dos 22 jogadores em campo.
Com a desvantagem, o grandalhão ainda tentou ajudar o ataque mais uma vez, mas não encontrou uma companhia para empurrar a bola para dentro do gol, quando aparou cruzamento na pequena área. No penúltimo lance, foi surpreendido por Wilson, que resolveu sair na marca do pênalti para afastar a bola cruzada por Patric e evitar sofrer mais um gol do zagueiro artilheiro do Tigre.
Após o apito final, o zagueiro ficou perdido no gramado. O choro não conseguiu ser contido pelos abraços de solidariedade dos companheiros.
— Não tem nem o que falar — disse, abraçado pelo goleiro reserva Pedro
Paulo.
Mais tranqüilo, já no vestiário, o zagueiro pediu calma ao
torcedor, frustrado pela segunda perda consecutiva do título estadual:
— Está todo mundo triste, chorando, angustiado. Tem jogador que nem se trocou ainda. A dignidade tem que prevalecer nesse domingo, e o torcedor precisa ter calma.
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