| 28/03/2008 04h10min
Um dos mais novos times profissionais do Estado, a Ulbra conquistou um grande resultado ao terminar a primeira fase entre os quatro primeiros do Grupo 2 e garantir vaga nas quartas-de-final. Depois da final do Gauchão 2004, a equipe de Canoas está novamente no caminho do Inter, que, inegavelmente, gostou da definição do adversário, pela curta distância da viagem. Mas será que o time da cidade vizinha não oferecerá outras dificuldades ao da Capital?
Para apresentar o próximo adversário do Inter, zerohora.com conversou com quatro técnicos que já enfrentaram a Ulbra neste Gauchão — Gilson Kleina, Círio Quadros, Gilmar Iser e Suca. Se, por questões éticas, os profissionais se mostraram reticentes em apontar pontos fracos da equipe, por outro lado, foram unânimes a respeito da maior qualidade do time treinado por Beto Almeida: a bola aérea.
— É uma equipe muito bem treinada. O principal ponto forte são os escanteios, faltas laterais e cruzamentos, principalmente
para o Jacques. Ontem, anulamos
isso e vencemos o jogo — conta Círio Quadros, do surpreendente Sapucaiense, que conquistou a terceira vaga do grupo ao vencer a Ulbra na última rodada, por 2 a 1.
— A bola parada com os zagueiros também é muito perigosa — alerta Gilson Kleina, do Caxias, responsável pela segunda melhor defesa do campeonato, ao lado do Inter, com nove gols sofridos.
É consenso entre os técnicos que a Ulbra apresentou uma evolução ao longo da campanha, principalmente no aspecto tático. Com Beto Almeida, que assumiu em meio ao campeonato, o time abandonou o esquema de três zagueiros e passou a apostar nos contra-ataques.
— Assim, joga mais em velocidade e
tem boa posse de bola. Melhorou também no aspecto coletivo. Encurta
espaços, marca forte — conta Suca, que começou o campeonato no Brasil-Pe e terminou com o Santa Cruz.
Time gosta de jogar sendo atacado
Ao lembrar-se da Ulbra, o técnico Gilmar Iser faz um lamento duplo. Ele conta que fez 26 pontos na primeira fase, campanha superada apenas por Inter e Grêmio e igualada pelo Inter-SM, mas está fora da segunda fase. Conquistou 10 pelo Esportivo e trocou de time. Foi para o Novo Hamburgo, onde obteve outros 16, mas o time do Vale do Sinos não se classificou. E Iser considera que perdeu a vaga justamente para a Ulbra. Segundo ele, faltaram os três pontos da derrota sofrida em casa. E com um gol de cabeça.
— É considerada por todos uma das melhores equipes depois da dupla Gre-Nal. Tem condições de chegar a uma série B, em breve.
Gilmar Iser chama a atenção para a dupla de atacantes da Ulbra, "bons jogadores que merecem atenção especial". Jacques é um homem de
referência, bom na bola alta, e Flavinho joga como segundo
atacante, em velocidade, pelos lados. Um dos treinadores entrevistados diz que o time prefere ser atacado, para poder contra-atacar:
— A Ulbra precisa marcar primeiro pra depois jogar. Se você opta pelo mesmo sistema e ela tem que sair pro jogo, tem mais dificuldade.
Contra um time grande, no domingo, mesmo jogando em casa, o time de Canoas certamente vai esperar o Inter. Resta saber se o visitante ilustre conseguirá superar a marcação ou será surpreendido em algum contra-ataque ou bola parada. A partida de ida das quartas-de-final começa às 16h, no complexo esportivo da universidade.
"Anulamos a bola alta da Ulbra e vencemos", disse Círio Quadros, técnico do Sapucaiense
Foto:
Mauro Vieira
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