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 | 25/02/2008 15h09min

Presidente do Flamengo vira "persona non grata" no Peru

Torcida organizada do Cienciano reage a tentativa de veto de jogos em Cuzco

Uma torcida organizada do Cienciano adversário do Flamengo na próxima quarta-feira pela Copa Libertadores, declarou como “persona non grata” no Peru o presidente do clube carioca, Márcio Braga.

Recentemente, o dirigente pediu à Fifa que não permita a disputa de jogos da Libertadores e de outras competições em estádios localizados acima de 2,75 mil metros em relação ao nível do mar – Cuzco está a 3,36 mil.

O chefe da torcida organizada Fúria Vermelha, José Antonio Paucar, disse à agência oficial Andina que a atitude de Braga é discriminatória.

– Essa atitude do poderoso Flamengo é medo de perder. Até o momento, não foram registradas mortes de jogadores por causa da altitude, como alega Braga – comentou.

Na quarta, dia da partida entre as duas equipes no Maracanã, o presidente do Flamengo se reunirá com o presidente da Fifa, Joseph Blatter, para pedir o veto.

– Esta medida é uma idéia descabida. Os clubes brasileiros sempre querem sair favorecidos. Acreditamos que a diretoria do Cienciano não permitirá que a Libertadores seja disputada fora de Cuzco – disse o chefe da organizada.

O estádio Garcilaso de la Vega de Cuzco, um dos mais modernos do Peru, está situado a 3,4 mil metros acima do nível do mar. Mesmo abaixo da média da cidade, é muito alto.

O presidente do Flamengo embarcou na última quinta para apresentar a queixa, que conta com o apoio dos outros quatro clubes do país que disputam a Libertadores nesta temporada: Cruzeiro, Fluminense, Santos e São Paulo.

– Queremos proteger nossos atletas. Jogar lá é um risco à vida deles. A Fifa avisou que não permite mais partidas de seleções acima de 2,75 mil metros sem o período de aclimatação. Por que estas regras não valem para os jogos entre clubes? Os jogadores são os mesmos – disse Marcio Braga.

O Flamengo terá de jogar em Cuzco no dia 9 de abril, pela penúltima rodada do Grupo 4 – que tem ainda Coronel Bolognesi, também do Peru, e Nacional, do Uruguai.

Em fevereiro do ano passado, os jogadores do Flamengo tiveram de usar tanques de oxigênio no empate em 2 a 2 com o Real Potosí, da Bolívia, enfrentando uma altitude de quase 4 mil metros.

Após a partida, o clube carioca disse que seus jogadores eram “heróis” e iniciou uma campanha para proibir partidas nestas condições, para preservar a saúde dos atletas.

EFE
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