| 13/02/2008 14h52min
A eliminação de Gustavo Kuerten na primeira rodada do Brasil Open, disputado na Costa do Sauípe, não foi ruim apenas para o jogador. Com a queda de Guga, o Brasil perdeu seu terceiro e último representante na chave de simples. Pior do que isso, é o fato de todos eles terem sido eliminados sem ganhar set algum. É a primeira vez que isto acontece desde quando o evento da ATP começou a ser realizado no país, em São Paulo, em 1974.
Thomaz Koch foi o desbravador da lista e chegou às semifinais com três vitórias. Ele defendeu a condição de semifinalista nas cinco edições realizadas na capital paulista. Em 1982, quando o Guarujá passou a ser a sede do evento, Carlos Alberto Kirmayr era o representante da casa e foi ainda mais longe: chegou à final e ficou com o vice após oito vitórias.
Desde então, em 33 eventos da ATP no Brasil, nunca a representação nacional havia deixado de sobreviver à estréia. Aliás, em 40 oportunidades de disputa, houve 11 vices e sete campeões, o último deles foi Guga, em 2004.
Outro fato de destaque nesta temporada é que foi a primeira vez que todos os brasileiros foram convidados para a chave principal. Até então, sempre havia alguém classificado por ranking. Sem nenhum jogador atualmente entre os top 100 do mundo, o Brasil precisou recorrer ao convite para não ficar de fora do torneio. Os escolhidos foram o homenageado Guga, Thomaz Belllucci e Marcos Daniel. Mas não houve como segurar a presença por mais de uma rodada.
O desempenho abaixo da expectativa não chega a ser uma surpresa pois, como o próprio Guga já havia destacado, o Brasil nunca esteve tão mal no ranqueamento internacional. Apesar disso, o otimismo quanto ao futuro permanece. Assim como o treinador Larri Passos, Marcos Daniel acredita que a nova geração poderá recuperar a situação.
– Já vemos alguns talentos agora com 14, 15 anos.
Mas nem tudo está completamente estabelecido. Para Marcos Daniel, falta trabalho de base.
– É cada vez mais difícil chegar ao quali. A realidade de ranking (para se conseguir a vaga) complica. Antes, bastava se inscrever. A pontuação também é complicada. Compensa mais disputar três Challengers e somar 30 pontos, que conquistar 5 no quali – conclui o tenista.
As campanhas dos brasileiros
A derrocada verde-amarela começou já na segunda-feira, primeiro dia de competição, com Thomaz Bellucci. Número 181 do ranking, ele foi eliminado pelo equatoriano Nicolas Lapentti em duplo 6/2. Na terça, os outros dois tiveram o mesmo destino.
Primeiro caiu Daniel. Número 1 do ranking nacional, 108º do mundo, ele não resistiu à pressão do australiano Peter Luczak e deixou o torneio sem nenhum set positivo. Guga, 677º da lista, foi o último a tentar a sorte. Mas não teve destino diferente e acabou sendo superado pelo argentino Carlos Berlocq em 7/5 e 6/1.
Mesmo no qualificatório, a situação foi complicada. Dos dez aspirantes a um lugar na chave principal, apenas Júlio Silva chegou à última rodada do qualifying, parando contra o espanhol Daniel Munoz de la Nava.
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