| 11/02/2008 07h30min
A atriz Deborah Secco era uma princesa em seu balcão, sábado à tarde, nas tribunas de honra do Estádio Olímpico. Magrinha e sorridente debaixo de um boné azul-escuro, abanava para os súditos nas arquibancadas e batia amorosamente no distintivo da camisa personalizada do Grêmio que usava. Estava ladeada por Geuse, mãe de Roger, e por Odete, mulher do diretor de futebol Paulo Pelaipe. Atrás delas, três seguranças engravatados e casmurros desestimulavam a aproximação de qualquer fã mais afoito. Mas Deborah não parecia preocupada com o assédio. Ao contrário: deu autógrafos, posou para fotos colhidas por celulares e cumprimentou os torcedores que, das cadeiras, erguiam as mãos, ansiando por tocá-la.
No campo de jogo, seu namorado Roger cabia bem no papel de príncipe do time. As jogadas do Grêmio sempre passavam por seus pés, e de seus pés saía sempre uma bola insinuante, vertical, correta. Roger não errou passes e, até quando errou, fez certo: no fim do primeiro tempo, descobriu uma fresta na defesa do Novo Hamburgo no lado direito da área e por ela enfiou a bola, esperando que o atacante Jonas aproveitasse o espaço e se infiltrasse por lá. Mas Jonas não entendeu, ficou parado, olhando, e depois aplaudiu a intenção do novo colega.
Os jogadores do Novo Hamburgo logo identificaram que em Roger estava o centro técnico do adversário. Passaram a pará-lo com faltas. Uma delas, uma gravata aplicada na frente do árbitro. Na metade do primeiro tempo, dois haviam sido advertidos com cartões amarelos exatamente por infrações em Roger. A torcida do Grêmio se divertia.
– Não derruba o Roger que a Deborah Secco vai ficar tristinha – gritou um. – Ela vai dizer que os gaúchos são todos uns brutos – brincou outro.
Tudo era festa para os quase 19 mil torcedores que foram ao Olímpico. Pudera: o casal Deborah & Roger ofereceu-lhes atrações tanto lá embaixo, no calor de 32ºC do gramado, quanto lá em cima, na amenidade do ar refrigerado das tribunas. Para onde quer que olhassem, os torcedores encontravam com o que se divertir. Uma homenagem especial do príncipe gremista ao ambiente que encontrou em seu novo clube.
– Foi a primeira vez que deixei a Deborah vir ao estádio – contou. – No Corinthians e no Flamengo não havia clima para isso.
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