| 16/11/2007 08h41min
Clemer está light. Curtindo a folga ao lado da família, em Gramado, Clemer mostra um lado bem diferente do goleiro de expressão sisuda que distribui impropérios para a zaga quando ela falha. Nem quando o assunto é o incerto futuro no Inter, ele alterou a fala mansa.
Não que Clemer esteja abrindo mão da posição para virar reserva de Renan, em 2008, caso renove contrato. Ao contrário, garante ter condições físicas e técnicas para comandar a defesa com até mais qualidade do que quando chegou, em 2002. Como um bom vinho, que melhora com o tempo, acredita que suas ações embaixo das traves ocorrem mais naturalmente devido à experiência de seus 39 anos.
– Minha vontade de ficar é grande. Trata-se de um clube que aprendi a gostar, onde conquistei os maiores títulos da minha carreira. Sei que tenho condições de dar outros, mas isso não depende só de mim – diz o goleiro.
Em uma auto-avaliação, Clemer considera seu desempenho este ano bastante regular, sem erros crassos que o incomodaram no passado. Apesar do histórico, a possibilidade de virar reserva não o atormenta.
– Às vezes, as pessoas acham que mandamos no clube por termos uma liderança lá dentro. Não é assim. A última palavra quem dá é o treinador. A gente procura ajudar da melhor maneira, uns acatam, outros não – explica.
Clemer se esforça para provar à direção que seu ciclo dentro do Inter ainda não acabou.
Mesmo durante o período de férias, trabalha para manter a forma física. Ele e o lateral-esquerdo Rubens Cardoso, ambos hospedados com as famílias no Hotel Serrano, acordam todos os dias às 9h para treinar na sala de musculação. Depois do café reforçado, trabalham o físico até o meio-dia e só então saem para almoçar com as famílias. Aproveitam tarde e noite para passear pela cidade, sempre exaustivamente abordados por torcedores.
– Alguns atletas foram a outros países ou voltaram para seus Estados. Eu prefiro ficar aqui. Já vim 400 vezes para Gramado, minhas filhas gostam, minha esposa adora – afirma o goleiro.
Natural do Maranhão, Clemer adotou não apenas a Serra, mas o Rio Grande do Sul. Montou apartamento na Capital e seguirá morando em Porto Alegre, mesmo que o contrato não seja renovado. Quando largar o futebol, pretende mudar-se para uma casa. Só não o fez ainda porque receia deixar a esposa Elizabete e as filhas Eliziê, 10 anos, e Elizabel, oito, sozinhas em casa durante suas viagens. No geral, ele prefere não projetar o futuro. Está light:
– Deixo nas mãos de Deus porque Ele está comandando isso aí. Tenho certeza que, lá no final, Ele vai dar a última palavra e, com certeza, vai ser o melhor para mim.
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