| 11/09/2007 15h55min
A carreira de Daiane dos Santos pode estar com seus dias contados. Nesta terça, no desembarque da seleção brasileira em São Paulo após a disputa do Mundial em Stuttgart, o gaúcha ouviu do técnico ucraniano Oleg Ostapenko que ela não tem mais condições de competir em alto nível por causa das lesões. Mesmo assim, a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) promete criar um programa para tentar prolongar a carreira da ginasta.
– Tivemos uma reunião com o Dr. Mário Namba (responsável pela seleção) e vamos voltar a Curitiba para fazer um trabalho diferenciado com a Daiane. Ela passou praticamente o ano todo com lesões e se continuar assim, pode ficar fora de Pequim. Não podemos deixar para depois – afirmou a supervisora de seleções, Eliane Martins.
Assistente técnica de Ostapenko na seleção, Irina Ilyaschenko acredita que um tratamento bem feito tornaria possível a equipe contar com Daiane em Pequim.
– Se fizer o tratamento, ela tem
condições de estar lá. Estamos preocupados,
mas esperamos com todo nosso desejo que ela consiga.
Para Irina, a participação da ginasta em mais este ciclo olímpico não é importante apenas pela capacidade de obter bons resultados no torneio.
– Ela tem um valor pessoal para as meninas e estar com a equipe tem um peso importante – afirmou.
Daiane tem uma trajetória diferenciada no universo da ginástica. Ao contrário da tradição da modalidade, ela começou a praticar o esporte tarde, aos 11 anos. Mas para Irina, isso não tem nenhuma relação com a freqüência de contusões da ginasta.
– Não tem relação. Se você olhar as outras seleções, nossa equipe é a que tem menos problemas com isso – comparou.
A própria ginasta também revela certa insegurança, mas mantém o otimismo.
– A gente tem até Pequim, agora vou cuidar do meu pé. Tem muita coisa para acontecer e é só tratar. Espero estar com a seleção no ano que vem para conquistarmos um resultado até melhor do que a gente já conseguiu – afirmou o treinador.
Campeã mundial de solo em 2003, Daiane integrou a seleção nacional nos Jogos Olímpicos de Atenas 2004, terminando em quinto lugar no solo, em mais um ciclo de problemas físicos. Submetida a duas cirurgias no joelho, seu último calvário médico teve o ápice nos Jogos Pan-Americanos do Rio, em julho, quando sua participação também foi posta em risco.
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