Um dia para nenhum colorado esquecer. Aliás, o segundo dia mais importante da vida dos torcedores do Inter. Depois de conquistar o mundo, finalmente o reencontro com os heróis. A foi uma grande festa, com direito a carro de bombeiros, jogadores cantando no microfone, banho de água nas arquibancadas e até pedido de perdão da torcida.

Já nas primeiras horas da manhã a expectativa era grande. Muitos torcedores foram à base aérea de Canoas, local escolhido para o pouso da delegação no Rio Grande do Sul por questões de segurança. Depois da comissão técnica, Fernandão, com a taça nas mãos, puxou a fila dos jogadores na saída do avião. Em uma rápida cerimônia, o governador Germano Rigotto entregou uma medalha do Mérito Rio-Grandense a cada um dos integrantes da delegação que chegava no Japão.

Já no início da tarde, dois caminhões de bombeiros partiram de Canoas. O primeiro levando os jogadores (que não agüentavam o calor e tiraram as camisetas), e o segundo a direção e comissão técnica. Milhares de pessoas aguardavam a passagem dos jogadores colorados já na cidade da Região Metropolitana. Ao longo do trajeto até o Beira-Rio, o contingente estimado pela Brigada Militar chegou a 650 mil torcedores fardados com camisetas e tremulando bandeiras do Inter, pintando Porto Alegre de vermelho e branco.

Na chegada ao Beira-Rio, muitos fogos de artifício. Os campeões desceram dos caminhões de bombeiro e entraram no gramado do estádio a pé, ovacionados pela massa de mais de 50 mil colorados e sob a entonação do hino do clube. Clemer empunhava a taça, e depois de erguê-la no palco montado especialmente para a repetição do gesto de Fernandão no Japão, iniciou a volta olímpica.

Emocionado, o camisa 1 não cabia em si. Subiu em cima do acrílico que protege o acesso dos jogadores na entrada do gramado e ergueu novamente o troféu – o original entregue pela Fifa. Fernandão, Pato e Luís Adriano o acompanhavam. Clemer pegou um microfone e dedicou a conquista à torcida. Enquanto isso, Fernandão segurava a taça. Em seguida, o capitão pegou o microfone e protagonizou um dos momentos mais emocionantes da festa: agradeceu a festa de recepção e cantou com os torcedores Vâmo, vâmo, Inter!.

Enquanto isso, Pato foi até um carro de bombeiros, pegou uma das mangueiras e a direcionou para as arquibancadas, na tentativa de amenizar o calor dos torcedores.

O técnico Abel Braga, que teve participação discreta na festa do Beira-Rio, afirmou aos repórteres que só agora a ficha da conquista está caindo. Ele que chegou a declarar estar velho demais para seguir com a pretensão de conquistar o mundo.

Todos os jogadores estavam no gramado recebendo o carinho da torcida. Menos um. Adriano Gabiru seguiu direto para o vestiário. Mas respondeu aos apelos a torcida Ô Gabiru, cadê você? Eu vim aqui só pra te ver!, e também subiu no acrílico para receber o agradecimento e o reconhecimento da massa que tanto já o vaiou.

Por cerca de sete horas, os colorados viveram um momento sublime que, certamente, não terminará tão cedo. 17 e 19 de dezembro, dias para nenhum colorado esquecer.