A atuação foi ruim, mas o resultado não. Com um gol do argentino Herrera aos 47 minutos do segundo tempo, o Grêmio venceu o Fluminense por 2 a 1 na noite desta quinta, em Volta Redonda, e ficou mais perto de garantir uma vaga na Libertadores de 2007. Com 55 pontos, o time de Mano Menezes pode terminar a rodada na terceira posição, desde que o Santos não vença seu jogo.

Mas nem tudo são flores. Pela segunda vez no ano, um acidente com o goleiro Galatto ofusca a vitória gremista. Nesta quinta, ele bateu violentamente a cabeça no gramado e deixou o campo direto para o hospital. Em março, o goleiro havia sofrido acidente semelhante em um jogo contra o Veranópolis, pelo Gauchão. Exames mais detalhados são aguardados com ansiedade no Olímpico.

Foi uma noite para superar problemas. Muito antes do acidente de Galatto, o time teve de lidar com a ausência de Mano Menezes na casamata. Punido com 30 dias de suspensão pelo STJD, o treinador foi obrigado a acompanhar a partida nas arquibancadas do Estádio Raulino de Oliveira. Por celular, passou instruções ao auxiliar Sidnei Lobo.

Dentro de campo, o Grêmio sentiu muito a falta dos meias Hugo e Tcheco. A ausência do primeiro já era esperada, em função da suspensão imposta pelo STJD. Os problemas renais do segundo é que pegaram todos de surpresa. Sem seus principais articuladores, o time gaúcho teve muita dificuldade para atacar o adversário.

Sorte do Grêmio que o Fluminense mostrou porque está lutando contra o rebaixamento. Mesmo jogando em casa, o time carioca ameaçou a gol gremista uma única vez em todo o primeiro tempo. Aos oito minutos, a bola foi lançada na área, e o zagueiro Thiago Silva tentou de puxeta, mas mandou por cima.

A sorte continuaria ao lado do Grêmio durante toda a partida, e os dois gols do time gaúcho comprovam isso. Um minuto depois de Lucas desperdiçar a melhor chance do jogo, Rafinha marcou um gol sem querer. Aos 31 minutos, ele cobrou falta da direita, a bola desviou na cabeça do volante Marcão e enganou o goleiro Fernando Henrique. A idéia era cruzar na área.

– O Mano sempre pede para bater em direção ao gol. Foi o que fiz – disse Rafinha na saída para o intervalo.

Na segunda etapa, o Fluminense voltou modificado. O técnico Paulo César Gusmão tirou Bruno e Juliano e colocou o meia Juninho e o atacante Lenny, respectivamente. As alterações surtiram efeito e o time carioca pressionou até conseguir o gol de empate, aos 13 minutos. Pedrinho cobrou escanteio da direita, Lucas e Jeovânio bateram cabeça e a bola bateu em Evaldo antes de entrar: 1 a 1.

Imediatamente após o gol, Mano trocou Ramón por Herrera e Alessandro por Sandro. O time reagiu e foi à frente, mas ao que parece a lesão de Galatto, aos 29 minutos, teve um efeito negativo sobre os jogadores. Os 15 minutos finais foram todos do Fluminense. Até que, no apagar das luzes, Cássio, o substituto Galatto, deu um chutão para frente. O quique da bola enganou os zagueiros do Fluminense e Herrera, de cabeça, encobriu Fernando Henrique. Um gol de puro oportunismo, e claro, muita sorte.

MÁRCIO LUIZ
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