Em 2004 ecoava das arquibancadas do Beira-Rio: “Ei, Lori, pede pra sair”. Hoje ele voltou ao estádio. E trouxe ao colorado a terceira derrota dentro de casa no Brasileirão. O Paraná, clube com a melhor defesa do campeonato derrotou o Inter por 2 a 0.

O resultado negativo impede que a equipe gaúcha, mesmo passando pela Ponte Preta no próximo domingo, alcance a liderança do campeonato. Saiu cara essa visita de Lori Sandri. O time de Muricy termina a 15ª rodada em terceiro lugar, atrás de Ponte e Corinthians.

A torcida ainda se ajeitava no cimento frio das arquibancadas coloradas e o Inter já amassava o Paraná. Ao torcedor mais desatento poderia passar a idéia de que o time iria golear. Foi um massacre. Inúmeras chances. Logo a 1 minuto, Rafael Sobis tocou de letra para dentro da área, após cruzamento de Élder Granja. Tinga, que foi anulado por Rafael Mussamba, arrematou. Flávio fez grande defesa. A equipe de Lori Sandri não passava do meio-campo. Sobis entortava os zagueiros. Aos 3 minutos, numa cobrança de escanteio, Fernandão cabeceou forte: a bola passou perto da trave.

Então o Paraná atravessou o campo. Numa falha de posicionamento da zaga do Inter, Vicente invadiu a área, foi até a linha de fundo e cruzou. Parral, dividindo com os zagueiros escorou para o fundo das redes: 1 a 0. Era tudo que Lori Sandri queria. A equipe paranaense fechou os espaços, recuou e passou a valorizar a posse de bola.

Os gritos que vinham das arquibancadas já não eram de incentivo. A torcida passou a vaiar. O time de Muricy ficou nervoso. Errou passes. Atacou de forma bagunçada. O colorado foi ter uma chance de empatar só aos 34. Sobis driblou dois zagueiros e cruzou para o interior da área. Fernandão se antecipou e colocou à esquerda de Flávio. O Paraná assustava nos contra-ataques. Borges, Thiago Neves e Vicente, infernizaram a defesa colorada. Edinho, Wilson e Índio passaram sufoco.

Muricy tentou mudar o panorama do jogo na segunda etapa. Entrou Gustavo no lugar de Alex, muito vaiado. O rendimento melhorou um pouco. Já que os arremates seguiam desastrosos. Tinga teve uma chance aos 18 minutos. Ele se antecipou aos zagueiros, tirou do goleiro, mas a bola saiu para fora.

A equipe de Lori Sandri controlava o placar e o jogo. Segurava a bola, tocava de lado e esperava o apito final. Porém antes de saírem todos de campo, o Paraná ampliou. Borges, aos 44, se aproveitou de uma falha da zaga e marcou o segundo gol.

Hoje, ecoavam das arquibancadas: protestos, vaias e gritos de burro, mas eram todos contra Muricy Ramalho.

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