Os dois gols de Abuda contra o Gama, na última terça-feira, em plena Ressacada, tiveram comemorações especiais. No primeiro, o atacante colocou o dedo polegar na boca e homenageou a família, que sempre o apóia.  No segundo, beijou o escudo da camisa azurra e agradeceu ao Avaí, clube que lhe deu uma oportunidade de recomeço na carreira.  

O atacante disse que ligou para a mãe Maria da Glória quando estava no ônibus do Avaí em direção à Ressacada, ritual que costuma fazer antes dos jogos.
 
— Ela disse para eu jogar com determinação e vontade e pensar que tenho uma família ao meu lado nos momentos bons e ruins. Isso me emocionou. Quando fiz o gol, coloquei o dedo na boca, como o Robinho, também pela minha filha, que está com a mãe dela, em São Luís, no Maranhão. Estou com saudades — falou.

Abuda tem 22 anos, começou a carreira no Corinthians e era tido como uma promessa. Foi para o exterior e jogou no VFL Wolfsburg, na Alemanha, e no Germinal-Beerschot, na Bélgica. Estava no Vasco, mas não teve uma seqüência de jogos. Foi, inclusive, o pivô do pedido de demissão de Romário. O Baixinho queria escalá-lo, enquanto o ex-presidente Eurico Miranda preferia Alan Kardec.

— É um recomeço da minha carreira. (A comemoração) Foi um momento de agradecer à torcida e à diretoria, que me apoiaram, confiaram no meu futebol. Não tive a oportunidade que estou tendo aqui em outros times. Espero dar mais alegria à torcida.

Abuda estreou no Avaí contra o Vila Nova, na Ressacada, quando o Leão venceu por 4 a 1. Antes, o time vinha de uma vitória na primeira rodada e de quatro empates seguidos. Mas a entrada do atacante também significou a mudança tática do time do 3-5-2 para o 4-4-2.

Abuda, que não marcava havia três partidas, está com quatro gols, mesmo número de Valber. Vandinho continua como artilheiro da equipe, com cinco.