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 | 26/04/2008 18h23min

Razão x Emoção: Gallo e Machado fazem duelo de opostos

Técnicos do Figueirense e do Criciúma têm formas diferentes de trabalho

Michele Cardoso  |  michele.cardoso@rbsonline.com.br

Os técnicos Alexandre Gallo e Leandro Machado representam a minoria que, durante todo o Estadual, ficou à frente dos seus times originais. A boa campanha do Figueirense no turno e a estabilidade do Criciúma durante toda a competição resultaram na manutenção dos cargos dos treinadores que, neste domingo, fazem a primeira partida da decisão em um duelo de opostos.

Gallo, o estrategista

O técnico do Figueirense tem um ponto marcante na definição do seu time. Para cada jogo, ele define uma estratégia diversa, que depende do estudo feito sobre o adversário. Por este motivo, muitas vezes o treinador surpreendeu neste Catarinense.

O esquema tático do técnico tem, como base, o 3-5-2. Porém, Gallo já entrou em campo com 4-4-2 e também concentrou o time na zaga e no meio, deixando apenas um jogador na linha de frente, como no último clássico contra o Avaí.

Para ajudar em suas estratégias, Gallo dispõe de jogadores versáteis. Exemplos disso são César Prates, Rodrigo Fabri e Fernandes. O primeiro é o curinga do time: atua tanto na lateral esquerda quanto direita, já chegou até a jogar como terceiro zagueiro — marcando individualmente o artilheiro Acosta, do Náutico, em partida disputada pela Série A do Brasileirão. Fabri e Fernandes constantemente são usados na posição de segundo atacante — eles trabalham a conexão do meio-campo com o ataque de Wellington Amorim ou Edu Salles.

No plantel, Gallo também dispõe de peças-chave para o bom uso de sua razão: Cleiton Xavier, o capitão do time, é sinônimo de estabilidade em campo. A zaga, apesar de ter Felipe Santana e Asprilla como bons marcadores, deixa a desejar nas bolas aéreas. O grande pecado do Figueirense neste Estadual foi não ter corrigido esta defasagem durante os 22 jogos disputados.

Paulista de Ribeirão Preto, Gallo chegou ao Figueirense em setembro de 2007. O treinador foi auxiliar de Wanderley Luxemburgo na conquista do título brasileiro de 2004, com o Santos, e em 2007 ganhou dois títulos: campeão Pernambucano, com o Sport, e Campeão da Recopa, pelo Inter. Pelo Figueirense, terminou 2007 na 13ª colocação do Brasileirão e por pouco não conquistou uma vaga na Copa Sul-Americana de 2008.

Machado coloca o coração em campo

Se pudesse sair do banco e ir para o campo jogar, o técnico do Criciúma não hesitaria. Leandro é firme no comando do grupo e veste, literalmente, a camisa do tricolor, sejam quais forem as circunstâncias. Já levou cartão vermelho por reclamações à arbitragem e a voz do comandante não se cansa na lateral do campo — é facilmente ouvida das arquibancadas e nas transmissões de TV.

Durante os treinos, Machado faz diversos testes com o time. Os jogadores parecem entendê-lo bem. Quando os adversários esperam um Criciúma na retranca, o time vem sempre muito entrosado para o contra-ataque. Um bom exemplo disso foi visto no jogo do último domingo, quando o Avaí levou um gol logo no início do primeiro tempo, em plena Ressacada. Após o jogo, o técnico tricolor destacou que a classificação à final deixou calados aqueles que criticaram suas escalações e substituições ao longo da competição.

A ousadia de Leandro Machado deu a tônica para a chegada do Criciúma nesta decisão. O futebol arrojado do grupo vem de uma estratégia bem definida pelo comandante, baseada em três pilares — velocidade, marcação e posse de bola — pontos que caracterizam o Tigre neste Estadual. E pouco importa o teor da bronca que o jogador tiver que tomar para triunfar em campo. Até porque, para ser pupilo do gaúcho, é fundamental que se coloque muita garra, determinação e superação nos jogos.

Apesar de pedir reforços desde o início da competição, Leandro Machado fez com o seu grupo muito mais do que se esperava. Tem um dos plantéis mais eficientes deste Estadual. Algumas competências já estavam mais que comprovadas, como a do zagueirão Cláudio Luiz, exímio na proteção a bolas aéreas na área defensiva do Tigre. Outros, foram revelados sob seu comando, como o atacante Jael, de 19 anos, que já é o terceiro artilheiro do time. Tímido fora de campo, ele é um guerreiro no gramado, prova de que apreende muito bem a lição do "professor".

Para esta primeira partida da final, Leandro Machado sabe que, além de todos os pilares e características que fortalecem o time, a experiência se faz necessária. Para isso, relacionou Sílvio Criciúma, o jogador mais antigo do clube, que estava afastado das escalações já há algumas rodadas. Se vai entrar em campo ou não, não se sabe, mas que sua presença será importante para o psicológico do grupo, disso o coração de Leandro Machado não tem a menor dúvida.

 
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