| 23/01/2008 17h57min
Israel resolveu evacuar dentro de seis meses o enclave ilegal de Migron, na Cisjordânia, depois que as famílias palestinas proprietárias das terras onde foi erguido o assentamento entraram com uma ação perante a Corte Suprema israelense.
O primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o ministro da Defesa Ehud Barak decidiram evacuar o assentamento, construído sem a autorização do Estado no início de agosto, segundo informou hoje a Procuradoria Geral ao Tribunal Supremo de Justiça.
— O primeiro-ministro e o ministro da defesa decidiram que o assentamento de Migron, que foi construído em terras privadas palestinas, seja evacuado dentro de um prazo de seis meses, até o início de agosto de 2008 — indica a procuradoria.
Olmert e Barak tomaram a decisão com o objetivo de conseguir o abandono pactuado do enclave. Segundo o plano, seus residentes serão alocados em um local alternativo. Neste sentido, o estado acrescenta que se os colonos decidirem abandonar essas
terras voluntariamente, o
Ministério da Defesa se reservará o direito de solicitar ao Tribunal Supremo a extensão da data de evacuação, a fim de permitir a seus residentes organizar sua saída.
O grupo pacifista israelense Paz Agora mostrou seu descontentamento com a decisão, e afirmou que o anúncio feito hoje indica que o governo planeja mover o assentamento para um novo local ainda não especificado. Em comunicado, o grupo pacifista menciona que apesar de Olmert e Barak terem se dado conta de que não podem legalizar os enclaves levantados em terras roubadas dos palestinos, eles cederam às pressões dos colonos e aparentemente estão de acordo em atender suas reivindicações de reconstruir os enclaves em outros lugares.
Nos últimos meses, Barak vem negociando com representantes dos colonos judeus meios para evacuar 18 assentamentos construídos sem autorização do executivo. O Paz Agora adverte que a construção de um novo assentamento em território ocupado, em compensação pela evacuação de Migron,
representaria um golpe no
processo de paz e prejudicaria gravemente qualquer possibilidade de alcançar um acordo definitivo com os palestinos. Segundo esta organização, o governo israelense precisa desmantelar mais de cem enclaves similares construídos nos últimos anos.
Para os palestinos e a legislação internacional, todos os assentamentos construídos em territórios ocupados na Guerra dos Seis Dias, em 1967, são ilegais, e representam um sério obstáculo para a paz e a instauração de um futuro estado palestino.
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