| 19/12/2007 02h56min
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, disse nesta quarta-feira ao líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Manuel Marulanda, que não perde as esperanças na libertação de todos os reféns e membros do grupo guerrilheiro.
— A Marulanda, digo que não perdemos a esperança de trabalhar pela libertação de todos os seqüestrados e dos guerrilheiros que estão na prisão — declarou Chávez durante discurso em uma universidade uruguaia.
O governante carregou no tom contra o presidente colombiano, Álvaro Uribe, a quem se referiu como um fantoche do império americano e que, segundo disse, "não quer a paz na Colômbia".
— O governo da Colômbia não quer o acordo humanitário, não quer a paz. Há um peso muito grande que o impede buscar a paz: é o governo dos Estados Unidos, que não quer a paz porque esta é a melhor desculpa para instalar lá bases militares e milhares de soldados e unidades de operações especiais — disse Chávez — O império instalou
na Colômbia uma força que ameaça a
revolução bolivariana, irmanada até a medula com a revolução cubana — acrescentou.
Chávez disse que as "oligarquias do continente" têm pânico dele e por isso é alvo de tantos ataques que tentam "satanizar a Venezuela". Por isso, argumentou, o seu país deve estar pronto para se defender de qualquer agressão externa. O presidente venezuelano, que negociava a troca de 45 seqüestrados em poder das Farc por 500 guerrilheiros presos, disse que "caiu a máscara" de Uribe.
— Ele se revelou como o que é: uma marionete do império — acusou.
A sua interpretação dos eventos é de que "de Washington" ordenaram a Uribe "que virasse a mesa de maneira desumana", encerrando a mediação da Venezuela. Chávez afirmou que Uribe se comporta como "um filhote e um papagaio do império". Como prova disso, citou as declarações do presidente colombiano, afirmando que se ele fosse das Farc consideraria o presidente venezuelano como o sucessor do governante cubano, Fidel Castro.
— Dizem que eu ando com um
talão de cheques, comprando governos, partidos políticos, elegendo e depondo presidentes — queixou-se.
As Farc anunciaram hoje que em breve entregarão a Chávez a refém Clara Rojas, companheira de chapa da ex-candidata presidencial Ingrid Betancourt nas eleições de 2002, e o filho que ela teve no cativeiro, assim como a ex-legisladora Consuelo González de Perdomo. Chávez opinou que a notícia é dolorosa para Uribe, por mostrar o respeito que o governo da Venezuela "conquistou com os diferentes atores" por ser independente e nunca ter caído "na chantagem de declarar as Farc como terroristas".
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