Os dois melhores tenistas do mundo, o suíço Roger Federer e o espanhol Rafael Nadal, expressaram nesta segunda sua oposição aos planos de reforma do calendário previstos pela Associação de Tenistas Profissionais (ATP). Conforme eles, as mudanças estão sendo pensadas sem contar com a opinião dos jogadores.

– Pedimos que o processo de reforma seja suspenso – disse Nadal em entrevista conjunta com Federer no primeiro dia do Master Series de Monte Carlo.

Nadal e Federer afirmaram que 65 tenistas do circuito assinaram contra os planos do presidente da ATP, o sul-africano Etienne de Villiers, que pretende reduzir o número de Masters Series, de nove para oito, e eliminar os de Monte Carlo e Hamburgo. Em troca, o dirigente planeja criar um torneio misto que seria realizado no início do ano em Madri com quadra de saibro, em substituição do que é realizado no fim do ano em quadra rápida.

– Não nos deixam tempo para refletir. As decisões já estão tomadas quando chegam a nossos ouvidos – disse Federer, que pediu um diálogo mais fluido e sério com as altas instâncias da ATP.

Os dois tenistas defenderam os torneios de Hamburgo e Monte Carlo, competições com uma longa história e que não devem sair do circuito.

– O projeto (da ATP) é injusto para torneios como Monte Carlo e Hamburgo, que têm uma longa história e não merecem ser eliminados – afirmou Nadal.

O número 1 do mundo reconheceu que, do ponto de vista dos negócios, há torneios que recebem mais público que Monte Carlo e Hamburgo, mas defendeu a tradição destas competições. Federer também criticou a Federação Internacional de Tênis (ITF) pelo calendário da Copa Davis, que, segundo o suíço, costuma colocar as eliminatórias após um Master Series ou Grand Slam, o que priva os países de jogadores importantes.

– Parece que eles sabem melhor que nós quais são as melhores datas para jogar – ironizou Federer.

AGÊNCIA EFE