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 | 17/01/2007 10h11min

Cúpula do Mercosul começa nesta quinta com desavenças bilaterais

Chefes de Estado desembarcam no Rio de Janeiro para o encontro

Os presidentes dos 10 países que confirmaram presença na Cúpula dos Chefes de Estado Mercosul começam a chegar hoje ao Rio de Janeiro para a reunião que acontece nestas quinta e sexta. O Itamaraty convidou 12 chefes de Estado das Américas do Sul e Central, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Na reunião, o Brasil passará a presidência do grupo para o Paraguai.

Dois dos presidentes mais aguardados já desembarcam hoje no Rio: Néstor Kirchner (Argentina) e Evo Morales (Bolívia). Amanhã, está prevista a chegada de Michelle Bachelet (Chile) e do recém-empossado Rafael Correa (Equador). O presidente venezuelano, Hugo Chávez, também já confirmou presença. Também são esperados pelo Itamaraty os presidentes da Colômbia, Álvaro Uribe, do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, e do Uruguai, Tabaré Vasquez, além dos mandatários da Guiana, Bharrat Jagdeo, e Suriname, Ronald Venetiaan. Até ontem, apenas o Panamá não havia confirmado a presença de seu chefe de Estado. O único a informar que não virá foi Alan Garcia, do Peru.

Os países do Mercosul realizam mais uma reunião de cúpula mergulhados em desavenças, como o das fábricas de celulose do Uruguai, que alguns membros consideram bilaterais, mas que contaminam o debate e freiam a integração. De todos os litígios, o mais grave é o que surgiu entre Argentina e Uruguai por causa da construção neste último de uma fábrica de celulose da empresa finlandesa Botnia e outra da espanhola Ence, em Fray Bento, às margens do rio uruguai, fronteira natural entre ambos os países.

Montevidéu considera as fábricas de celulose fundamentais para sua modesta economia e tem tentado, sem sucesso até agora, levar a controvérsia às reuniões do Mercosul. Para Buenos Aires, o projeto constitui uma violação ao tratado sobre o rio Uruguai, que desde 1975 rege a gestão compartilhada desse recurso natural.

Por outro lado, a poucos dias da reunião, Burnos Aires recorreu à organização Mundial do Comércio contra as salvaguardas impostas pelo Brasil à entrada de resinas pet utilizadas na fabricação de garrafas plásticas. A medida brasileira foi imposta em setembro de 2005 a pedido da empresa de capital italiano M&G, que compete no mercado mundial com as da Voridian, subsidiária na Argentina da americana Eastman. Buenos Aires garante que a queixa na OMC não afeta as relações bilaterais nem repercutirá na reunião, mas sua demanda gerou duras críticas na imprensa brasileira, que teme um piora nas relações e enfraqueça ainda mais o bloco.

Os membros do Mercosul também têm rusgas com os países associados, como as reticências provocadas na Bolívia pela intenção brasileira de construir duas represas no rio Madeira, para instalar no futuro duas represas hidrelétricas. Segundo a Bolívia, esse projeto, que será analisado pelos técnicos de ambos os países para dissipar temores de La Paz, pode causar danos ao meio ambiente e afetar a atividade pesqueira na região.

O Equador, por sua vez, denunciou as borrifadas aéreas com o herbicida glifosato que a Colômbia realiza em áreas próximas à fronteira comum para erradicar os cultivos de coca que, segundo Quito, prejudicam a saúde dos cidadãos, o gado e seus cultivos legais, embora a Colômbia os considere inócuos. O novo presidente do Equador, Rafael Correa, obteve o apoio do venezuelano, Hugo Chávez, nesta crise e espera que outros países sul-americanos também o façam.

A Argentina protesta também contra as salvaguardas impostas pelo Chile às importações de produtos lácteos para proteger a competitividade de sua indústria e que prejudicam as exportações argentinas.

Além disso, há a reivindicação uruguaia de "flexibilidade" na normativa do Mercosul para que seja mais fácil negociar , seja individualmente ou em bloco, com terceiros países, para permitir às economias menores uma via de escape alternativa, iniciativa que provoca fortes resistências de outros membros.

AGÊNCIA EFE E RÁDIO GAÚCHA
 
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