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 | 18/04/2006 23h59min

Time faz 4 a 0 no Maracaibo e avança na Libertadores

Colorado lavou a alma e fez as pazes com a torcida no Beira-Rio

O Inter goleou o Maracaibo por 4 a 0 na noite desta terça e garantiu vaga nas oitavas-de-final da Libertadores como campeão do Grupo 6. Os 17 mil colorados que foram ao Beira-Rio festejaram com Adriano, aos 34 minutos do primeiro tempo, Bolívar, aos 32 do segundo tempo, Michel seis minutos depois e Rentería, o ídolo, aos 40 da etapa complementar.

O escore foi fiel ao jogo. Disposto a garantir a classificação com vitória, o Inter atacava. A todo o momento. No entanto, encontrou um adversário encolhido, com forte marcação no seu campo de defesa. Principalmente no primeiro tempo. Por isso, precisava trocar passes e conduzir a bola desde a defesa até a intermediária. A alternativa para furar o bloqueio venezuelano foi chutar a gol. Foram muitos chutes, mas todos sem a precisão suficiente que levasse perigo a Angelucci. Pelo menos havia a sensação da ofensividade.

De tanto procurar, o Inter acabou encontrando o gol, aos 34 minutos de partida. Depois do cruzamento de Jorge Wagner pela esquerda, Fernandão escorou para Adriano, que posicionado na frente do gol, recebeu, ajeitou e mandou um chute rasteiro, no canto direito de Angelucci.

Três minutos depois, Tinga sentiu uma lesão muscular e foi substituído por Iarley. O Inter seguia atacando, mas perdia espaço no meio-campo. Tanto que o Maracaibo criou duas chances de contra-ataque seguidas. A primeira com Cásseres, que recebeu cruzamento da ponta-direita e, na frente de Bolívar e Fabiano Eller, ajeitou para chutar, mas o tiro saiu alto demais. Dois minutos depois, aos 45, Perdigão errou uma passe na direita, e a bola chegou em Castellín. Ele chutou em direção ao gol de Clemer, tirando tinta da trave esquerda da meta colorada.

No segundo tempo, as duas equipes estavam um pouco mais soltas. Porém o Maracaibo seguia apostando na retranca. A derrota por 1 a 0 para o Inter, enquanto o Pumas vencia o Nacional – adversário direto dos venezuelanos pela segunda vaga no grupo – servia, e o time de Carlos Maldonado não estava interessado em atacar.

Os laterais Jorge Wagner e Elder Granja, escalados pela torcida, deram resposta à altura. O time explorou bastante as alas, na movimentação no meio-campo para tentar furar a marcação do Maracaibo. Edinho foi muito bem na marcação, e matou a maioria das jogadas antes que chegassem a oferecer perigo para Clemer.

O Inter esteve perto de fazer o segundo gol com Iarley, aos 24 da segunda etapa. O meia recebeu a bola na frente do gol de Angelucci e mandou uma bomba de fora da área, que bateu no travessão, quicando em frente à meta venezuelana.

Aos 32, Bolívar marcou. Depois da cobrança de falta de Jorge Wagner, o gigante da zaga cabeceou certeiro para o fundo das redes.

Um minuto depois do gol, Adriano dá lugar a Michel. A reação nas arquibancadas não é das melhores, afinal as atuações de Michel vinham sendo contestadas, apesar de toda a insistência do técnico Abel Braga.

Mas era o jogo para zerar as contas. E com Michel não foi diferente. Depois da jogada de Rentería pela meia-esquerda, Michel recebe na frente da área, ajeita e chuta rasteiro, no canto. Na comemoração, o jogador corre para os braços do treinador, como uma forma de agradecimento pela confiança depositada.

Abel mexeu também no ataque. Um pouco antes do gol de Bolívar, tirou Rafael Sobis e colocou Rentería, para delírio das arquibancadas. Esta euforia tem uma razão: o colombiano virou uma espécie de amuleto colorado. Relacionado para ficar no banco de reservas, sempre que entra participa ou faz gols. E desta vez, não foi diferente.

Aos 40 minutos, Rentería recebe cruzamento de Iarley, da ponta-direita e, bem posicionado, completa para dentro do gol, para fechar a noite com chave de ouro.

O gol de empate do Nacional diante do eliminado Pumas chegou a provocar uma reação no técnico Maldonado, que mandou o time atacar – este resultado não servia para eles. Mas já era tarde demais.

E assim, com a classificação assegurada depois de uma goleada em casa, que foi arrematada por Rentería, time e torcida fizeram as pazes depois de um período turbulento.

E com ânimos renovados, os colorados aguardam a definição do próximo adversário na Libertadores. Até essa terça, era o Unión Espanhola, do Chile. Mas a certeza virá somente nesta quinta.

MARIANE HAHN
 
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