| 12/01/2012 14h30min
Perder peso, para a maioria dos que estão acima do índice de massa corpórea (IMC) acima do indicado — mais precisamente, 57,8% dos gaúchos entre 20 e 60 anos, segundo dados de 2010 do Ministério da Saúde — é quase uma obsessão.
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Emagrecer alguns quilos até que não algo tão difícil. Mas, infelizmente, a grande maioria que consegue secar as gordurinhas acabam engordando novamente algum tempo depois. É o "efeito sanfona", ou "efeito ioiô", círculo vicioso que traz consequências negativas para a saúde.
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Os números impressionam: 10 milhões de pessoas fazem dieta para emagrecer no Brasil, mas elas só serão capazes de vencer o duelo contra a balança caso mudem radicalmente seus hábitos alimentares e sejam menos sedentárias. Segundo a pesquisa, feita pelo Instituto Synovate e pelo Hospital do Coração de São Paulo, metade das mulheres e um quarto dos homens brasileiros estão sob algum tipo de restrição alimentar visando à perda de peso.
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Estas flutuações de peso podem ser tão ou mais nefastas que o excesso de peso inicial. Perdas e ganhos de peso consecutivos podem desencadear alterações do comportamento alimentar, diminuir o metabolismo basal dificultando ainda mais o controle do peso a longo prazo e podem ainda originar problemas psicológicos, como a diminuição da autoestima, sentimentos de fracasso e frustração.
— A obesidade traz uma série de problemas, que vão da hipertensão ao aumento de colesterol e diabetes. Emagrecer e praticaratividades físicas são essenciais para preservar a saúde cardiovascular — ressalta Iran Castro, do Instituto de Cardiologia.
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Segundo Castro, nesta época, é muito comum pacientes irem ao seu consultório em busca de dietas milagrosas. As raízes do "engorda-emagrece" estão, justamente, na adoção de dietas radicais e em outras táticas para perder muito peso rapidamente.
— Os médicos estão assustados com a quantidade de pessoas que querem tomar Victosa (liraglutida, receitado para diabéticos mas cada vez mais usado por quem quer emagrecer), sem se importarem com os efeitos colaterais. E a saúde, onde fica? — indaga o cardiologista.
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Dietas restritivas, e, portanto, insustentáveis a longo prazo, cedo levam à retomada dos maus velhos hábitos. Os indesejados quilos depressa regressam e, às vezes, em dobro. Como se isso não bastasse, com a falta de exercícios físicos, o peso que se ganha é, sobretudo, composto de massa gorda. Conclusão: mais peso, mais gordura e alterações de metabolismo, difíceis de reverter. Com o repetir deste ciclo, as necessidades de energia são cada vez menores para manter o peso corporal. As resistências físicas à perda de peso vão somar-se às resistências psicológicas de quem leva a vida em sucessivos fracassos.
— O mais comum é quem venha para receber uma dieta, emagreça e desapareça do consultório. O recomendado para quem tem problemas para manter o peso é um acompanhamento constante. Sem mudança de rotina e de hábitos, não há fórmula que funcione — sintetiza a nutricionista Juliana Barcellos Colman.
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Os pesquisadores Brownell e Rodin concluíram no livro Medical, Metabolic, and Psychological Effects of Weight Cycling que quem se submete a dietas de efeito rápido corre um risco maior de desenvolver doenças do coração, hipertensão e diabetes.
E outra pesquisa — esta realizada pela revista Consumer Reports — revelou que adotar a estratégia alimentar certa para emagrecer funciona mais do que seguir dietas restritivas ou usar medicamentos.
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