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 | 27/01/2011 15h50min

Diabéticos podem consumir açúcar mascavo

Nutricionista da Sociedade Brasileira de Diabetes tira dúvidas sobre o alimento

O açúcar mascavo é mais saudável que o açúcar refinado, já que passa por menos processos químicos em sua elaboração e, por isso, preserva nutrientes da cana-de-açúcar. Mas será que pessoas que sofrem de diabete podem consumir o produto?

Para esclarecer essa e outras dúvidas sobre o açúcar mascavo, confira a entrevista com a nutricionista Ana Maria Calábria, do Departamento de Nutrição e Metabologia da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD):

O que é o açúcar mascavo?

O açúcar mascavo tradicional é um alimento obtido diretamente da concentração do caldo de cana recém-extraído. Esse processo elimina o uso de aditivos químicos para o processo de branqueamento e clarificação. Sua cor pode variar do dourado ao marrom-escuro, em função da variedade e da estação do ano em que é a cana é colhida.

Existe algum benefício no consumo de açúcar mascavo, em substituição ao açúcar refinado?

O açúcar de mesa passa por um processo de refinamento. O açúcar mascavo, por não passar pelo mesmo processo, mantém as vitaminas e sais minerais da cana-de-açúcar. Apesar disso, a diferença calórica e de grama de carboidratos não são tão significativas.

A pessoa com diabete pode consumir açúcar mascavo?

Pessoas com diabete podem, sim, consumir o açúcar mascavo, desde que sua quantidade seja computada como valor calórico e gramas de carboidrato, pois é igualmente absorvido e eleva a glicemia a patamares similares ao açúcar comum.

A glicose do açúcar mascavo eleva a glicemia mais rapidamente do que o açúcar refinado?

Não existem estudos baseados em evidências que confirmem essa afirmação. Logo, todas as pessoas com diabete que preferirem utilizá-lo deverão usar as mesmas recomendações que receberam para o açúcar comum.

A diferença de nutrientes entre os dois tipos de açúcares traz algum benefício para quem consome? Quais?

Podem ser observadas diferenças quanto às fontes de cálcio, magnésio, fósforo e potássio, que são maiores no açúcar mascavo. Porém, isso não sugere que pessoas com diabete tenham que preferir o açúcar mascavo, pois o que deve ser considerado nessa opção são os valores de calorias e de gramas de carboidratos que vão interferir na glicemia.

As necessidades desses minerais podem ser supridas com outros alimentos que não contenham valores tão altos de calorias e de carboidrato. Para tanto, uma consulta com o nutricionista seria importante.

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