| 06/11/2005 15h43min
O Ministério da Saúde da China reconheceu hoje que está investigando três possíveis casos de gripe aviária em seres humanos, os primeiros detectados no país após as descobertas de oito focos em animais neste ano.
– O Ministério da Saúde informou três possíveis contágios do vírus H5N1 em humanos. Um deles morreu e os outros dois estão em situação estável – declarou Roy Wadia, porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS).
As autoridades pediram ajuda à OMS para determinar o diagnóstico definitivo, já que os casos foram primeiramente considerados uma "pneumonia aguda", mas "não se pode descartar" que sua origem tenha sido o vírus H5N1, reconheceu o Ministério.
A OMS "provavelmente participará da pesquisa", disse Wadia, acrescentando que as equipes podem precisar de vários dias para chegar a conclusões definitivas.
A possível primeira vítima humana do vírus na China é uma menina de 12 anos, chamada Eis Yin, morta em outubro
após ter comido um frango morto por causas
desconhecidas, em Wantang, onde houve o sétimo foco em animais esse ano.
Os outros dois contaminados são o irmão da menina, de 10 anos, e um professor de uma escola de uma local próximo, que aparentemente matou, preparou e comeu um frango morto em circunstâncias estranhas.
Embora ambos casos estejam relacionados à ingestão do frango, a OMS já indicou que essas pessoas provavelmente conviveram com as aves doentes durante dias antes de comê-las, por isso o contágio pode ter ocorrido antes e não necessariamente através da alimentação.
Os dois enfermos sobreviventes "estão sob observação" e as autoridades chinesas acompanham os casos "analisando sua evolução e os anticorpos" para determinar o diagnóstico.
O porta-voz ressaltou que é normal que leve tempo até conseguir uma confirmação, já que "nas zonas rurais não há laboratórios com capacidade suficiente para realizar os testes. Leva tempo para difundir a informação através dos
diferentes níveis da administração, iniciar a pesquisa e
obter uma confirmação".
Wadia acrescentou que, apesar da falta de confirmação, há medidas preventivas que devem ser tomadas de forma paralela e imediatamente após a descoberta de um foco do H5N1 em aves. Além disso, pesquisas paralelas em animais e seres humanos devem ser realizadas.
– Se há um surto animal, sempre existe o risco do contágio humano, na China e em qualquer outro lugar – disse Wadia, ao pedir que "cada episódio seja investigado profundamente" para evitar a propagação do vírus, sobretudo no inverno.
As autoridades começaram a oferecer consultas médicas gratuitas aos camponeses de regiões atingidas, uma vez que os serviços de saúde na China são caros. Outra medida preventiva é o oferecimento de recompensas para quem exterminar aves que representem ameaça à saúde pública.