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 | 04/11/2005 16h12min

Serraglio quer que funcionários do BB sejam investigados

Deputado Carlos Abicalil disse que divulgação de dados foi precipitada

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), defendeu hoje que os funcionários do Banco do Brasil (BB) que participaram da antecipação de verbas publicitárias para a Visanet sejam responsabilizados, incluindo o ex-diretor de Marketing Henrique Pizzolato. Serraglio afirmou que, caso o adiantamento tenha resultado de uma decisão de comitê, como tem alegado o ex-diretor, os outros participantes também deverão ser investigados.

Na avaliação do relator, os R$ 55 milhões que o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza afirma ter repassado ao PT podem ter origem semelhante à operação realizada entre o BB e a Visanet. Serraglio ressaltou, no entanto, que o Tribunal de Contas da União (TCU) e empresas auditoras têm se queixado sobre a dificuldade de receber documentos do Banco do Brasil.

O deputado Carlos Abicalil (PT-MT) afirmou, no entanto, que o BB e todos os outros os bancos que possuem participação na Visanet – como o Bradesco e o ABN-Amro – costumam antecipar recursos de publicidade para a empresa. Segundo Abicalil, a antecipação reduz o valor do serviço e é uma prática realizada desde 2001, por meio de um fundo de publicidade comum, o chamado Fundo de Incentivos Visanet.

Serraglio ressaltou, porém, que o atual diretor de Marketing do Banco do Brasil, Paulo Rogério Cafarelli, teria admitido que o adiantamento de recursos para publicidade é injustificável.

O relator da CPI informou ontem que R$ 9,1 milhões repassados pelo BB à Visanet foram posteriormente destinados ao caixa dois do PT por meio do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, dono da agência DNA, que tinha contrato de publicidade com o banco.

Abicalil considerou precipitada a divulgação das informações sobre o Banco do Brasil. O parlamentar lembrou que o próprio BB notificou a DNA extra-judicialmente e disse que ainda há a possibilidade de a execução dos serviços referentes aos R$ 9,1 milhões ser comprovada. Ele destacou que a DNA foi contratada por licitação e que os outros concorrentes não recorreram do resultado. Ele lembrou ainda que o BB suspendeu o contrato com a agência em julho deste ano.

Abicalil ressaltou também que a bancada do PT na CPMI solicitou o depoimento de diretores da Visanet, com o objetivo de verificar como é a participação do BB na empresa. A Visanet é uma empresa privada, da qual o Banco do Brasil controla 32% das ações.

AGÊNCIA CÂMARA
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