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 | 03/11/2005 01h04min

Prejuízo com aftosa atinge US$ 68 milhões

Embargo de 49 países reduz as exportações de carne bovina do país, aponta o Ministério de Desenvolvimento

BRASÍLIA - Os exportadores de carne bovina estimam que novembro registrará o maior impacto negativo da febre aftosa nas vendas do produto ao Exterior. Os negócios devem apresentar redução de cerca de US$ 100 milhões este mês, na comparação com outubro, quando foram embarcados US$ 154 milhões, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento. Em outubro já houve queda de US$ 68 milhões.

No ano, o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes, Antonio Camardelli, prevê que as vendas somarão cerca de US$ 2,75 bilhões. O resultado de 2005 ficará até 8,3% abaixo do que os exportadores previam antes do ressurgimento da aftosa.

Camardelli e o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), Pedro Camargo, estiveram reunidos ontem com o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues. A série de encontros desde o reaparecimento da doença visa a aprofundar as discussões sobre as ações conjuntas do governo e do setor privado, no Brasil e no Exterior, para intensificar o combate à aftosa e suspender o mais rápido os 49 embargos já levantados ao país.

Como a exportação de carne bovina de SC é pequena (apenas uma empresa de Rio do Sul vende ao Exterior), o prejuízo do Estado não é grande. Mas o temor é que se o vírus chegar a SC, as exportações de carne suína e de frango seriam suspensas, com prejuízos de US$ 4 milhões por dia.

- O mercado interno não absorveria essa produção e teríamos uma catástrofe econômica - disse Eroni Barbieri, vice-presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de SC.

Convicto de que a aftosa não vai entrar em SC, Barbieri acredita que o Estado vai ganhar o mercado que os outros perderam.

No Porto de Itajaí, a queda nas vendas de carne bovina não causou grande impacto. Segundo a assessoria, os embarques de carne bovina são pouco expressivos (3%).

Entretanto, empresas que armazenam carnes em contêineres para aguardar os embarques, como a Brasfrigo, de Itajaí, estão tendo prejuízo. O superintendente da Brasfrigo, Odilon Fehlauer, chegou a anunciar a demissão de 150 funcionários até o final deste mês e o fechamento do turno da noite. Ele estima prejuízos de R$ 4 milhões.

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