| 30/10/2005 14h37min
O goleiro Nelson Tapia, que jogou pelo Santos e disputou 73 jogos pela seleção chilena, inclusive da Copa do Mundo de 1998, decidiu encerrar sua carreira aos 39 anos após se desligar do Atlético Junior de Barranquilla, da Colômbia.
– Há dois anos, eu sentia falta do campo, do vestiário, das viagens com meus companheiros no ônibus, mas agora não. Na verdade, não me custa muito assumir que é hora de dizer adeus – disse Tapia em entrevista publicada hoje pelo jornal chileno El Mercurio.
A única possibilidade de prolongar sua carreira seria uma oferta do Cobreloa, time pelo qual conquistou dois títulos, mas o próprio goleiro considera essa hipótese "quase impossível".
Comentando sua saída antecipada do Atlético Junior, Tapia disse que, o clube de Barranquilla não era tão grande como ele pensava, mas reconheceu que mesmo assim ele não conseguiu cumprir as expectativas dos colombianos.
– Cheguei muito machucado e isso se sente na
minha idade – afirmou o goleiro.
A última
partida de Tapia foi a goleada de 5 a 0 do Brasil sobre o Chile, em Brasília, pela 17ª rodada das eliminatórias da Copa 2006. Ele sofreu uma saraivada de críticas da imprensa, que o apontou como o grande culpado pela humilhação da seleção, e perdeu a condição de titular nos jogos seguintes, contra a Colômbia, que terminou em 1 a 1, e no empate sem gols com o Equador.
Tapia foi criticado até por ter trocado de camisa com Robinho, de quem foi companheiro no Santos, no final do primeiro tempo, quando o Brasil já vencia por 3 a 0. O goleiro considerou injustas as críticas, e afirmou que globalmente sua carreira, na qual se destaca a medalha de bronze olímpica obtida pelo Chile nos Jogos de Sydney 2000, esteve "cheia de sucessos".
– Você fala dos cinco gols do Brasil e eu te respondo com os 3 a 0 das eliminatórias anteriores (sobre os brasileiros). Você me diz que eu fracassei no Júnior, e que no Vélez (Sarsfield, da Argentina) me contundi, mas fui campeão no Santos jogando
22 partidas no
Brasileirão – afirmou.
Morando desde que voltou da Colômbia em Molina, seu povoado natal, 227 quilômetros ao sul de Santiago, o goleiro disse que seus planos futuros incluem a criação de um clube de esportes e cultura, além da carreira de técnico.
– Após 20 anos, sei como conduzir os grupos. Fiquei com vontade depois de trabalhar seis meses com Wanderley Luxemburgo. A forma como ele trabalha com o grupo me impressionou – disse.