| 28/10/2005 23h58min
Uma nova lista de sacadores entregue pelo empresário Marcos Valério de Souza à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) do Mensalão amplia o número de parlamentares e os valores recebidos por alguns dos beneficiados no esquema.
Reportagem publicada na edição da revista IstoÉ que circula neste fim de semana mostra que a CPI tenta descobrir o destino de R$ 12 milhões dos R$ 55,9 milhões movimentados no valerioduto.
Um dos mistérios envolve o ex-deputado Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, que garante não ter recebido R$ 4,3 milhões contabilizados por Valério como recursos repassados a seu partido.
A nova relação apresentada pelo empresário à CPI na quinta-feira, a qual a IstoÉ teve acesso, traz novidades. O valor total da movimentação permanece em R$ 55,9 milhões, mas há novos nomes e a cota repassada a vários parlamentares é maior do que se sabia. O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), ex-presidente da Câmara, por exemplo, aparece como beneficiário de R$ 200 mil e não de R$ 50 mil como divulgado inicialmente.
João Paulo já apresentou pelo menos duas versões sobre o caso. Primeiro disse que sua mulher, Márcia, supostamente responsável pelo saque de R$ 50 mil, havia estado no prédio do Banco Rural, onde foi realizada parte das retiradas, para tratar de problemas domésticos junto a uma empresa de TV a cabo. Depois mudou, e admitiu que Márcia havia sacado os R$ 50 mil destinados ao pagamento de gastos de campanha no ABC paulista. Em nenhum momento admitiu, no entanto, que a cifra teria sido superior a R$ 50 mil, embora Simone Vasconcelos, a secretária de Marcos Valério, já tivesse feito referência aos R$ 200 mil a membros da CPI.
O ex-deputado Paulo Rocha (PT-PA), que renunciou afirmando que recebera
R$ 620 mil, aparece com um repasse de R$ 920 mil. A lista traz o nome de um dos assessores do PT mais próximos ao ex-ministro José Dirceu na Casa Civil, Marcelo Sereno. Ele teria sacado parte dos recursos que Marcos Valério repassou
ao PT nacional.