| 28/10/2005 15h45min
O nível da atividade na indústria manteve-se estável no terceiro trimestre. Segundo Sondagem Industrial divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a valorização do câmbio e os juros altos, além da redução na concessão do crédito consignado, diminuíram o consumo.
Com isso, afirma pesquisa, houve acúmulo de estoques indesejados pelo terceiro trimestre seguido e redução do número de empregados, sobretudo nas pequenas e médias empresas.
O indicador de produção foi de 49,4 pontos, o que mostra acomodação da atividade, que se estende por quase todo o ano de 2005. Há um ano, o indicador de produção havia atingido 60 pontos.
A estabilidade atingiu empresas de diferentes portes. Houve queda na produção em 9 dos 17 setores pesquisados. Os piores resultados foram observados em madeira, mobiliário, metalurgia e mecânica. Na outra ponta, registraram leve crescimento na produção produtos farmacêuticos, material de transportes, matérias plásticas e produtos alimentares.
O faturamento se comportou de igual maneira, sendo que as empresas menores registraram queda no terceiro trimestre. O indicador relativo ao emprego, de 48,2 pontos, mostra leve redução do mercado de trabalho industrial.
A queda mais acentuada foi no setor de madeira. Apenas o setor de produtos farmacêuticos registrou aumento significativo no número de empregados.
A desaceleração da atividade industrial foi responsável pela estabilidade no nível de utilização da capacidade instalada, que manteve-se em 72% nos três trimestres de 2005. Sazonalmente, as empresas aumentam o uso da capacidade instalada no terceiro trimestre. Mas outro fator que pode explicar essa redução na intensidade do uso do parque produtivo é a realização de investimento para aumentar a capacidade de produção.
A Sondagem Industrial mostrou também que o acúmulo de estoques indesejados foi maior nos setores de têxtil e vestuário, e calçados.
No terceiro trimestre, a saúde financeira das empresas piorou. A lucratividade ficou estável e bem abaixo dos 50 pontos, o que indica que a margem de lucro continuou caindo. Entre os 17 setores analisados, destaca-se perda de lucratividade assinalada pelos setores têxtil, borracha, couros e peles, metalurgia, mobiliário e madeira.
AGÊNCIA O GLOBO