| 25/10/2005 18h04min
Mesmo com a febre aftosa mais perto do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, o calendário gaúcho de exposições e remates de primavera permanece inalterado. Porém, outros Estados começam a cancelar eventos. É o caso da Expoinel, de Campo Grande (MS), que chega a movimentar R$ 10 milhões. A Secretaria de Agricultura do Estado garante que os técnicos estão trabalhando com atenção redobrada no exame clínico e na fiscalização da origem dos animais.
– Como somos exportadores de genética, o risco maior não são as feiras. Mesmo assim, os técnicos estão trabalhando com mais atenção – afirmou José Arthur Martins, chefe do serviço de exposições e feiras da Secretaria da Agricultura.
A dúvida sobre a realização das exposições e feiras – até 23 de dezembro há 41 eventos do gênero – surgiu depois que o superintendente do Ministério da Agricultura no Estado, Francisco Signor, disse ontem que irá propor a suspensão das concentrações de gado em expofeiras.
– Se, porventura, tivermos um evento (de aftosa) aqui, a grande movimentação de animais pode ser calamitosa. Não custa nada esperarmos cinco, 10 dias, até conferirmos a evolução dos fatos – disse.
A proposta ainda não encontra eco no setor produtivo. O vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado, Francisco Schardong, disse ontem que a entidade é contrária a mudanças no calendário. O presidente do Sindicato Rural de Dom Pedrito, Arthur de Castro, também rechaçou a proposta e afirmou que em nenhum momento se discutiu a alteração de datas da expofeira do município, que vai de quarta-feira a domingo:
– Temos uma situação tranqüila, estamos muito longe dos focos. Passamos o ano inteiro investindo e organizando a feira e nem cogitamos transferi-la.
O presidente do Sindicato dos leiloeiros Rurais do Estado, Marcelo Silva, é contra a transferência de eventos, mas admite que o fechamento temporário das fronteiras regionais pode diminuir a participação de compradores de fora. As
cabanhas Reconquista e Paineiras, de
Uruguaiana, já foram prejudicadas. Mesmo procedentes do Rio Grande do Sul, que não teve casos de aftosa, cinco vacas das propriedades foram impedidas de entrar em território paulista, onde participariam do leilão Top Class, amanhã. A solução foi desembarcá-las em uma fazenda paranaense, fazer um vídeo dos animais e leiloá-los no pregão virtual.