| 20/10/2005 12h56min
O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares afirma que a prática de caixa dois em campanhas eleitorais é antiga e habitual no partido. Segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, Delúbio escreveu, em sua defesa no processo de expulsão do PT, que nunca houve na sigla uma eleição em que não houvesse recursos não contabilizados, a exceção da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República, em 2001.
Segundo a reportagem, na carta, Delúbio diz que será expulso como uma única forma possível de purgar as culpas coletivas e que não inventou o caixa dois. Embora não aponte nomes, o ex-dirigente ressalta na sua defesa que não esteve sozinho durante sua gestão e que seu atos foram tomados para resolver problemas criados pela direção do partido.
A defesa do ex-tesoureiro argumentaria ainda que a captação de recursos teve como objetivo beneficiar diferentes campanhas "que dele fizeram bom e silencioso proveito". No texto Delúbio teria dito que "nunca é demais lembrar que, à exceção de Mato Grosso do Sul, Maranhão, Acre e Piauí”, todos os demais Estados receberam recursos não contabilizados.
A Cúpula Nacional do PT se reúne no próximo sábado para decidir o destino de Delúbio. O petista, acusado de ter montado o esquema do mensalão juntamente com o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, resiste em entregar a carta de desfiliação e espera a absolvição de seus atos no partido.