| 17/10/2005 20h31min
O deputado federal Onyx Lorenzoni (PFL-RS) disse hoje que a representação do PT contra ele no Conselho de Ética da Câmara é uma agressão à democracia. O partido entrou com a representação na sexta-feira passada, acusando o parlamentar de agir de maneira irresponsável ao divulgar dados sigilosos obtidos pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) dos Correios com a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do colega petista José Dirceu (SP).
Na semana passada, Onyx vazou documento que acusa Dirceu de não declarar empréstimos que teria recebido do PT. O ex-ministro teria recebido R$ 14 mil do partido em dezembro de 2002, mas não declarou o empréstimo ao Imposto de Renda (IR). Para se defender, o pefelista citou o artigo 53 da Constituição, que garante a inviolabilidade do mandato parlamentar:
– O que nós estamos vendo é uma escalada autoritária do Partido dos Trabalhadores. O que ele (o PT) deseja é constranger, calar, silenciar aqueles que trabalham com seriedade e responsabilidade – disse.
O parlamentar afirmou ainda que está certo de que a representação não será admitida pelo Conselho de Ética. A ação, segundo Lorenzoni, fere a democracia e a atividade parlamentar, e não o mandato de um deputado.
O deputado recebeu a solidariedade de parlamentares do PSDB, como o deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) e o senador Álvaro Dias (PSDB-PR), além dos líderes do PFL na Câmara, Rodrigo Maia (RJ) e no Senado, José Agripino (RN).
Para o deputado Wasny de Roure (PT-DF), que entregou a representação ao Conselho de Ética, Lorenzoni agiu de maneira irresponsável.
– Ele divulgou dado de sigilo bancário sem fazer um rastreamento correto. Assim, além de quebrar uma norma interna da CPI que proíbe a divulgação de informações sigilosas, fez acusações indevidas de que José Dirceu, na época presidente do partido, teria utilizado recursos partidários para fins pessoais. Espero que a Mesa Diretora e o Conselho de Ética dêem ao caso a mesma atenção que têm dado aos outros processos.
AGÊNCIA CÂMARA