Marisa Vezozzo, dona da Fazenda Vezozzo, localizada no município de Eldorado (MS), falou ontem pela primeira vez sobre a contaminação dos 153 animais com febre aftosa em sua propriedade.

Como um desabafo, a produtora confirmou que o controle sanitário dos animais da fazenda é rigoroso: a vacinação foi feita regularmente de acordo com toda a orientação da Agência de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de Mato Grosso do Sul (Iagro). Marisa destacou ter informado imediatamente a doença às autoridades:

– Fazemos um controle rigoroso desde o nascimento até a vacinação dos animais. Quando o veterinário contratado percebeu os sintomas no gado, informou ao Iagro para que as medidas fossem tomadas.

A Fazenda Vezozzo tem um rebanho de 582 animais. Numa ação de controle sanitário, os exemplares começaram ontem a ser sacrificados. Marisa disse que ainda não calculou o prejuízo e assegurou desconhecer o motivo da contaminação. A família Vezozzo é também proprietária de uma fazenda em Londrina, no Paraná.

A origem do foco de aftosa no município de Eldorado ainda não foi descoberta. Exames estão sendo realizados e a confirmação só deve ser anunciada na sexta-feira, após a publicação de um laudo do Centro Panamericano de Controle de Aftosa.

Conforme o superintendente-substituto e diretor técnico da Superintendência Federal da Agricultura do Estado, José Euclides Vieira Severo, mesmo com a vacina um animal pode ficar doente. A segurança de imunidade depende da qualidade da vacinação do rebanho, que inclui não só a própria vacina ministrada, mas as condições sanitárias do processo.

Para que um rebanho seja considerado portador de uma boa vacinação, pelo menos 85% dos animais devem ter recebido a dose.