| 28/09/2005 18h33min
Depois de sair de reunião da bancada de seu partido, o deputado Ciro Nogueira (PP-PI) declarou seu voto no candidato governista, Aldo Rebelo (PCdoB-SP). – A bancada decidiu e eu sou um homem de partido. Vou declarar meu apoio a Aldo. Existem divergências, mas elas são menores – afirmou.
Indagado se o governo fez alguma oferta em troca do apoio do partido, Ciro respondeu:– A mim não fez, que eu saiba, não.
O líder do PP na Câmara, José Janene (PR), disse que o partido respeita as dissidências, mas deixou claro que a bancada não está liberada.– Houve uma decisão por uma esmagadora maioria – afirmou.
Além da maioria dos votos dados para Ciro no primeiro turno, Rebelo também deve herdar boa parte dos votos (41) recebidos por Luiz Antônio Fleury (PTB-SP). Em votação informal realizada na bancada do partido, 36 dos 40 deputados presentes deram seus votos para o deputado do PCdoB e os outros quatro, ao pefelista Nonô.
Para garantir a eleição de Rebelo, o Palácio do Planalto contou com a participação efetiva do ministro de Relações Institucionais, Jaques Wagner, que conversou por telefone com Fleury e Ciro Nogueira. O governo destacou também os ministros das Cidades, Márcio Fortes de Almeida, da cota do PP, e do Turismo, Walfrido Mares Guia, do PTB, para garantir o maior número de votos de suas respectivas bancadas.
Antes do resultado final do primeiro turno, a oposição também tentou buscar o apoio dos adversários. O líder do PFL, Rodrigo Maia (RJ), e Nonô foram ao gabinete de Ciro antes mesmo do fim da contagem.
No primeiro turno da eleição para a presidência da Câmara dos Deputados Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e José Thomaz Nonô (PFL-AL) receberam 182 votos. Ciro Nogueira foi o terceiro colocado, com 76.
AGÊNCIA O GLOBO