| 27/09/2005 15h47min
Em sua apresentação ao Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, o deputado José Dirceu, assim como Lula, lembrou o ex-presidente Juscelino Kubitschek e também Tancredo Neves para exemplificar casos de políticos que foram acusados de corrupção e hoje são lembrados como marcos da suas épocas, dando a entender que, no futuro, ele (Dirceu) e o governo Lula serão reconhecidos por seus atos.
– Juscelino Kubitschek terminou seu governo acusado de ser o político mais corrupto do Brasil e morreu em dificuldades. Tancredo Neves, quando foi indicado primeiro-ministro, era aplaudido nos restaurantes de Belo Horizonte. Em 1964, os gritos de corrupto impediam que ele se sentasse nos restaurantes – contou Dirceu.
– Vivi já o suficiente para compreender o momento que estou vivendo e o que está acontecendo no Brasil. Mas eu vou lutar até o fim.
José Dirceu também se mostrou contrariado com a imagem que criaram dele, de soberbo e arrogante. Ele citou cargos “menores” que teria ocupado e disse que sempre tratou muito bem a todos.
– Quero que cada deputado e cada deputada, olhando no meu olho, me inquiram e me peçam que eu os convença a minha inocência. Eu não posso aceitar ser cassado porque eu tenho que ser cassado – afirmou.
Dirceu criticou ainda a mídia. Segundo ele, sua cassação serviria para “saciar setores da mídia que algumas vezes se comportam como partidos políticos”, tentando influenciar nomeação de cargos e resultados eleitorais.
– Eu nunca fiz nada que desonrasse essa casa. Se eu cometi erro no PT eles foram políticos, das alianças, da forma que foi conduzido o partido. Isso quem vai julgar são os filiados.
Após a apresentação feita por José Dirceu, os integrantes da Conselho iniciaram a sessão de perguntas.