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 | 15/09/2005 16h00min

Ex-funcionária viu sacolas com dinheiro na casa de Celso Daniel

Informações reforçam tese de esquema de arrecadação de recursos para campanha

Em depoimento na última sexta, dia 9, a um promotor e a uma delegada da Polícia Civil que investigam a morte do prefeito de Santo André, Celso Daniel (PT), uma ex-funcionária do petista disse ter visto na casa dele sacolas plásticas abarrotadas de dinheiro. O depoimento da ex-funcionária de Daniel, morto em janeiro de 2002, reforçaria a tese da Promotoria Criminal de que o petista estaria envolvido no esquema de arrecadação de recursos para as campanhas eleitorais do partido.

No depoimento ao promotor Roberto Wider e à delegada Elizabeth Sato, da 78ª  DP, responsável por investigações no âmbito da Polícia Civil, a ex-funcionária disse ter encontrado três sacolas cobertas por um lençol na área de serviço da casa. Ao retirar o lençol, disse, verificou que as sacolas estavam cheias de notas de R$ 10, R$ 50 e R$ 100. Ela teria recolocado o lençol sobre os três sacos e os deixou ali. Quando voltou a fazer limpeza no local, os mesmos não estavam mais lá.

– É uma forte indicação de que Celso sabia do esquema e o tolerava para ajudar no financiamento de campanhas do PT – diz Wider.

O promotor lembrou que algumas testemunhas do processo que apura o crime sempre reforçaram a vida simples do prefeito.

– Manter sacolas cheias de dinheiro em casa não confere com a vida simples que diziam que ele levava – lembra.

A Promotoria sustenta a tese de que Celso Daniel era conivente como o suposto esquema de arrecadação de dinheiro para o PT com base no depoimento de um frequentador do restaurante Baby Beef, em Santo André. No local, freqüentemente se reuniam Sérgio Gomes da Silva, o Sombra, tido como mandante do assassinato, o empresário Ronan Maria Pinto, o ex-vereador petista Klinger Luiz de Oliveira e o próprio Celso Daniel.

– Muitas vezes o depoente chegou a presenciar eles assinando documentos, contratos, impressos em papéis contendo o timbre da Prefeitura de Santo André –  diz um trecho do depoimento, obtido em 30 de setembro de 2003.

Os nomes da ex-funcionária de Celso Daniel e do frequentador do restaurante Baby Beef são mantidos em sigilo.

AGÊNCIA O GLOBO
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