| 13/09/2005 16h34min
O deputado Aldo Rebelo (PCdoB) disse ao Conselho de Ética que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ouviu do deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), em março deste ano, que havia na Câmara um suposto esquema de pagamento de mesadas a parlamentares, o chamado mensalão.
De acordo com Rebelo, além dele, do presidente e de Jefferson estavam presentes na reunião o ministro do Turismo, Walfrido Mares Guia, o líder do PTB, deputado José Múcio (PE), e o líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP). Segundo o ex-ministro da Coordenação Política, a declaração foi feita ao final da reunião e o presidente pediu a ele e a Chinaglia que apurassem os fatos.
– O presidente disse que queria ser informado de qualquer novo fato – afirmou.
Rebelo então informou a Lula que a Corregedoria da Casa havia aberto processo para apurar denúncia publicada pela imprensa no final do ano passado. O deputado é uma das testemunhas de defesa no processo contra o deputado José Dirceu (PT-SP) no Conselho de Ética da Câmara. Rebelo disse que convenceu o ex-ministro José Dirceu a ir à casa de Roberto Jefferson (PTB-RJ) para pedir a retirada da assinatura no requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios. Rebelo disse considerar que o depoimento do ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho desmentindo ligações com Jefferson e as investigações da Polícia Federal tornavam desnecessária a abertura da CPI.
Segundo Rebelo, José Dirceu chegou a questionar se a atitude não o exporia demais. Mas, para o ex-ministro da Coordenação Política, as investigações realizadas naquele momento eram suficientes.
Aldo Rebelo disse ainda que quando era líder do governo em 2003, não ouviu Jefferson falar da existência de um mensalão. O deputado do PCdoB afirmou ainda que nunca acreditou na hipótese disso existir. O ex-ministro da Coordenação Política admitiu que apesar de algumas divergências políticas com Dirceu, admira-o.
AGÊNCIA BRASIL