| 09/09/2005 22h22min
O empresário Sebastião Buani confirmou as denúncias contra o presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, à Polícia Federal. De acordo com o jornal Nacional, até a última hora, Sebastião Buani apelou à direção do banco para conseguir documentos que comprovariam o pagamento de propina. O banco pediu prazo para entregar os extratos bancários do primeiro semestre de 2002 e do ano de 2003. Buani espera que até terça já tenha em mãos o material que comprovaria a extorsão.
Hoje, os garçons José Ribamar Silva, 59 anos de idade, e Hélio Antônio da Silva, 44, endossaram a denúncia de Sebastião Augusto Buani, dono da rede de restaurantes Fiorella que ontem confessou o pagamento de propina ao presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PI). Ribamar e Silva disseram que levaram pelo menos cinco envelopes com o dinheiro da suposta mesada de R$ 10 mil que Buani pagou a Severino ao longo de 2003, quando o deputado era o 1º secretário da Câmara.
– Sim, levei dinheiro para a Primeira Secretaria. Entreguei duas vezes para uma loira e uma vez para uma morena (secretárias de Severino). Era um negócio profissional. Eu chegava lá, entregava e ia embora. Não precisava falar nada – afirmou Silva.
As secretárias seriam Russely e Gabriele. As duas foram interrogadas nesta sexta-feira à noite pelo delegado Sérgio Meneses, responsável pelo inquérito do mensalinho. Sebastião Buani também prestou depoimento e reafirmou que pagou propina de aproximadamente R$ 128 mil a Severino entre 2002 e 2003 e que agora está de alma lavada. O empresário até desafiou o presidente da Câmara para uma acareação. Ele disse que não tem medo de dizer a verdade.
– Pode me botar em acareação com quem você quiser, na hora que você quiser. Tudo que eu disse repito na frente do Severino, do Lula, de quem for. Estou com a alma lavada, consegui dormir, me alimentar, por ter botado tudo para fora – desabafou após o depoimento.
JORNAL NACIONAL E AGÊNCIA O GLOBO