| 08/09/2005 13h29min
Apesar da crise política no Brasil, dois ministros do governo Luiz Inácio Lula da Silva participam hoje e amanhã de um "retiro" no Paquistão para pensar a estratégia dos países emergentes nas negociações agrícolas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O chanceler Celso Amorim e o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, participam da reunião do G-20, bloco formado pelo Brasil e outros países em desenvolvimento.
O objetivo da reunião seria definir a estratégia do bloco para a próxima fase da negociação da OMC, que será iniciada na semana que vem em Genebra e terá de conduzir a organização para um acordo até a reunião ministerial em Hong Kong, no fim do ano.
O problema é que o encontro do G-20 no Paquistão havia sido pensado antes do fracasso da OMC em obter um primeiro rascunho desse acordo, em julho. Sem sinais de flexibilidade por parte de americanos e europeus, o G-20, por enquanto, não deverá apresentar à OMC nova proposta de cortes de tarifas ou de redução de subsídios.
Os ministros serão levados para Bhurban, a cerca de cem quilômetros da capital. As propostas do G-20, por enquanto, apontam para um corte profundo em subsídios domésticos nos países ricos, a eliminação dos subsídios à exportação e redução nas tarifas de importação para produtos agrícolas nos mercados desenvolvidos.
O G-20 é um grupo de países em desenvolvimento criado em 20 de agosto de 2003, na fase final da preparação para a 5ª Conferência Ministerial da OMC, realizada em Cancun, de 10 a 14 de setembro de 2003. Seu principal objetivo é a campanha pelo fim dos subsídios agrícolas. Os países integrantes são Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Cuba, Venezuela, Paraguai, Guatemala, México, China, Filipinas, Egito, Índia, Indonésia, Nigéria, Paquistão, África do Sul, Tanzânia, Tailândia e Zimbábue. Desde março o Uruguai também faz parte do grupo.