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 | 08/09/2005 12h21min

Tufão mata 124 pessoas na China e preocupa especialistas

Ministério de Assuntos Civis afirma que 1,8 milhão de pessoas foram evacuadas

O tufão Talim, que deixou pelo menos 124 mortos e 31 desaparecidos, foi o pior do verão na China, onde alguns especialistas prevêem que fenômenos como esse se tornem mais graves, ano após ano, depois de catástrofes similares ocorridas quase de forma simultânea nos EUA e no Japão. Dados do Ministério de Assuntos Civis afirmam que 1,8 milhão de pessoas foram evacuadas, quase 400 mil casas ficaram destruídas ou danificadas e 1,26 bilhão de hectares de cultivo foram afetados nas províncias de Zhejiang, Anhui, Fujian, Jiangxi, Henan e Hubei.

Acostumada a ter centenas de mortos por ano devido a inundações, tempestades e outras catástrofes naturais, principalmente nos meses de verão, a China reagiu com frieza à passagem do Talim pelo sudeste do país, onde atingiu 19,3 milhões de pessoas e provocou perdas de 1,5 bilhão de euros.

No entanto, alguns especialistas estão preocupados com o fato de que, quase simultaneamente à devastação do Talim, o furacão Katrina causou um número ainda desconhecido de mortos (se fala de milhares) no sul dos EUA, e o tufão Nabi arrasou o Japão e a Coréia do Sul, deixando pelo menos 27 mortos ou desaparecidos.

Para Li Moxuan, especialista em mudança climática do Greenpeace China, a freqüência e a gravidade cada vez maiores de tufões no Pacífico (similares aos furacões do Atlântico) é mais um efeito do aquecimento global em países como a China, onde se espera que a temperatura média suba dois graus em duas décadas.

– É inacreditável que os políticos ainda estejam discutindo a forma de reduzir os gases de efeito estufa quando acontecem catástrofes como as da China e o Katrina nos EUA. O aumento da escala e da freqüência dos tufões é uma amostra do aquecimento global – disse Li.

Li prevê que nos próximos verões haverá mais e piores tufões na China e em outras regiões do litoral oriental asiático, e não descartou que eles saiam de suas áreas de incidência freqüentes (a costa sudeste chinesa) e atinjam zonas de clima temperado.

Neste ano, Pequim, situada no norte do país, teve pela primeira vez um alarme por causa da possível chegada de um tufão, embora este tenha perdido sua força centenas de quilômetros ao sul, na província de Shandong (outra área raramente afetada por estes fenômenos meteorológicos). As previsões afirmam que na China, se não forem tomadas medidas, a temperatura média no final deste século será seis graus superior à atual.

AGÊNCIA EFE

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