| 02/09/2005 16h36min
A ajuda a Nova Orleans começou a chegar hoje, com a cidade em meio ao caos, inundada, com incêndios fora de controle e quadrilhas de criminosos que aterrorizam dezenas de milhares de desabrigados.
Os primeiros soldados começaram a aparecer na cidade hoje, dias depois de os responsáveis federais e estaduais - incluindo o presidente George W. Bush - afirmarem que a ajuda estava "a caminho" para assistir os desabrigados devido ao furacão Katrina.
As tropas chegam armadas com rifles automáticos M-16 e grandes caminhões normalmente usados para o transporte de tanques, mas que agora carregam as provisões que dezenas de milhares de desabrigados necessitam desesperadamente.
As cenas que os soldados encontraram nos arredores do estádio Superdome e do Centro de Convenções de Nova Orleans, onde há milhares de desabrigados, foram consideradas "vergonhosas" pelas próprias vítimas, equipes de emergência e políticos como o prefeito de Nova Orleans, Ray Nagin.
Dezenas de milhares de pessoas esperam aglomeradas em torno destes dois pontos, desidratadas, famintas, doentes e junto aos corpos dos mortos, alguns por causas naturais, outros afogados, mas também muitos outros com tiros, vítimas da violência no local.
Junto com este panorama, começaram a aparecer, nas últimas horas, incêndios em diferentes lugares da cidade.
A manhã de hoje começou com a explosão e incêndio em uma fábrica de produtos químicos às margens do rio Mississippi, a vários quilômetros do centro de Nova Orleans.
A explosão pôde ser sentida em grandes áreas da cidade, e as chamas iluminaram o céu na madrugada, a única luz que Nova Orleans conseguiu ver desde que na segunda-feira a cidade ficou sem energia elétrica.
Outros focos de incêndio começaram no centro de Nova Orleans, tanto em edifícios industriais como em residências, mas os bombeiros não conseguem controlar as chamas diante da falta de pressão nos hidrantes e a impossibilidade de dirigir carros-pipa pelas ruas inundadas.
Mais de 7.000 soldados da Guarda Nacional devem chegar nas próximas horas.
AGÊNCIA EFE