| 01/09/2005 07h38min
Ameaçado de figurar como o "chefe do esquema" na lista de cassáveis que as CPIs dos Correios e do Mensalão apresentam hoje, o ex-ministro José Dirceu (PT-SP) acusou o relator da CPI dos Correios, deputado Osmar Serraglio (PMDB-PR), de "quebrar o decoro parlamentar". Dirceu também conseguiu do relator da CPI do Mensalão, deputado Ibrahim Abi-Ackel (PP-MG), apoio a sua tese de que não pode ser cassado por atos que teria cometido quando chefiava a Casa Civil da Presidência – ou seja, fora do exercício do mandato de deputado federal.
Serraglio havia dado a entender que da lista de 18 parlamentares suspeitos de envolvimento no mensalão poderia listar Dirceu como suposto responsável pelo esquema.
– Ele está quebrando o decoro e excedendo as prerrogativas dele. Como ele pode me chamar de chefe de corrupção? Onde está provado que há corrupção, se a CPI não terminou os relatórios, se o Ministério Público não apresentou denúncia e a Justiça não decidiu? Isso é um atropelo, um processo sumário, sem direito de defesa, sem o processo legal, sem o contraditório – afirmou Dirceu, sem esconder sua irritação.
Dirceu conversou ontem com Abi-Ackel porque o relator da CPI do Mensalão partilharia da sua tese de que a acusação por quebra de decoro parlamentar é inválida por supostos atos cometidos fora do mandato. Abi-Ackel disse que Dirceu está quase se decidindo a prestar depoimento espontâneo à CPI para fazer sua defesa.
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