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O anúncio da emissão no exterior de US$ 1 bilhão em bônus de 10 anos pelo governo brasileiro inibiu nesta segunda-feira, dia 7, no mercado de câmbio o impacto da desvalorização do peso argentino. Depois de atingir R$ 2,3620 na abertura dos negócios, o dólar comercial terminou o dia a R$ 2,3300 (venda), sem variação em relação ao fechamento de sexta-feira.
Apesar de o pacote argentino não causar grandes surpresas, segundo operadores, parte dos investidores domésticos ficou apreensiva com as novas medidas adotadas pelo governo para reativar a economia do país. Os argumentos são de que o pacote é ainda mais recessivo do que os anteriores.
A Bolsa de Buenos Aires não operou no primeiro dia útil após o anúncio do pacote econômico, que acabou com a paridade entre o peso e o dólar norte-americano. A direção da instituição entendeu que é melhor aguardar maiores detalhes sobre o funcionamento do câmbio. O pacote argentino teve pequeno impacto no pregão paulista, que fechou com
alta de 0,32%.
Os mercados do Uruguai e da Espanha foram os mais atingidos no mundo com as medidas divulgadas no domingo na Argentina. No Uruguai, onde o dólar chegou a ser negociado a até 20 pesos no final de semana, o governo ameaçou em lançar medidas adicionais para coibir a especulação no câmbio.
Isso acabou provocando a baixa das cotações. No Banco da República (estatal), o dólar fechou a 13,80 na compra e a 14,90 pesos uruguaios na venda. Nas casas de câmbio privadas, as cotações ficaram em 14 e 15,5 pesos. Por causa da proximidade, o país é um dos principais destinos turísticos dos argentinos em férias.
A Bolsa de Madri caiu 3,38% como conseqüência do péssimo desempenho dos papéis de bancos e empresas espanholas com fortes investimentos no país sul-americano. As ações da petrolífera Repsol-YPF despencaram 7,8% por conta da decisão do governo argentino em criar um imposto de exportação de petróleo e derivados para compensar as perdas dos bancos com a desvalorização do
peso. Os papéis da Telefónica
caíram 4,4% no mercado espanhol onde as ações da Endesa cederam 1,1%. Entre os bancos, aos papéis do Santander fechou com baixa de 4,4%, e do Bilbao Vizcaya com queda de 3,2%.