| 27/08/2005 15h35min
Cerca de mil pessoas participaram na noite de ontem de um ato promovido pelo Diretório Municipal do PT em defesa do governo Lula. O presidente nacional do PT, Tarso Genro, fez um discurso inflamado, dizendo que o PT não está morto, como diz a oposição.
– Temos vergonha, sim, dos nossos erros, daqueles que saíram da ética partidária. São companheiros que erraram e vão ter de pagar. Mas não é a essas pessoas que são endereçadas as críticas e o circo político (armado em torno da crise). O que eles querem é cercar o governo Lula – disse Tarso aos militantes petistas, reunidos na Casa de Portugal, no centro de Porto Alegre.
Segundo Tarso, que passa o fim de semana na capital gaúcha, refletindo sobre a possibilidade de deixar a chapa do Campo Majoritário que vai disputar a presidência do partido, os que "cercam" o PT são os que sempre governaram o país e querem enfraquecer o partido.
– Estes senhores que agora cercam politicamente o nosso governo, são os mesmos que governaram este país por 500 anos e só aumentaram as desigualdades – disse Tarso.
Para ele, o PT tem condições de sair fortalecido da crise política.
– Este é o momento dos fortes, que sabem que a luta pela transformação é cheia de erros, mas também sabem que ela está prenha de autocrítica e de capacidade de mudança. Eles pensam que o PT está explodido, desmaiado, morto. O PT não está explodido nem desmaiado nem morto. O PT está reorganizando suas forças – discursou Tarso.
Tarso poderá anunciar neste fim de semana ou na segunda a decisão de abandonar a disputa pela presidência do partido. Ele não quer disputar a presidência tendo o deputado José Dirceu em sua chapa. Por sua vez, José Dirceu disse que não retiraria seu nome, o que gerou um impasse. Caso Tarso Genro realmente desista da disputa, o nome mais cotado para substituí-lo é o do secretário-geral do partido, Ricardo Berzoini.
AGÊNCIA O GLOBO