| 24/08/2005 21h09min
Documentos enviados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Bingos nesta quarta indicam que houve 18 telefonemas de Rogério Buratti, ex-assessor de Antonio Palocci, para números do ministro entre janeiro e agosto de 2003. A informação foi divulgada em reportagem da versão eletrônica da revista Veja.
Segundo a revista, os telefonemas originados da residência de Buratti teriam durado 42 minutos. Se comprovados os contatos, a versão de Palocci sobre sua relação com o ex-assessor estaria comprometida. O ministro da Fazenda afirmou em nota e também em entrevista coletiva no último domingo que havia conversado com Buratti por telefone em duas ou três ocasiões depois da saída do advogado da prefeitura de Ribeirão Preto.
Na última sexta, Buratti acusou Palocci de receber propina em parte da gestão como prefeito de Ribeirão Preto (SP). O valor chegaria a R$ 50 mil e seria pago pela empresa Leão Leão, empreiteria responsável pelo recolhimento de lixo no município paulista.
O levantamento da Intelig enviado à CPI indica que houve 12 telefonemas para o celular usado pelo ministro e seis para a casa de Palocci. Na sexta 24 de janeiro de 2003, Buratti fez seis ligações para o ministro.
Até o momento da entrevista de Palocci no domingo, conheciam-se apenas os dados relativos à quebra do sigilo telefônico de Buratti enviados à CPI pelo Ministério Público de São Paulo. Esses dados indicavam que Buratti ligara três vezes para o ministro Palocci.
Em resposta à revista Veja, o jornalista Marcelo Netto, assessor de Palocci, diz que o celular de número (61) 8111.7197, acionado 12 vezes por Rogério Buratti, era usado, na época, por Ademirson Ariovaldo da Silva, secretário particular do ministro. A operadora Intelig, nos dados que remeteu à CPI, não informou em nome de quem está o celular. Sobre as ligações de Buratti feitas para a casa do ministro, a assessoria do Ministério da Fazenda nada comentou.