| 23/08/2005 17h12min
Depois de uma animada trégua no início da semana, o dólar voltou a ser pressionado e fechou em alta de 1% hoje, cotado a R$ 2,407 na compra e R$ 2,409 na venda. O risco-país brasileiro (EMBI+ Brasil), que mede a confiança dos investidores, fechou em alta de 1,72%, aos 415 pontos centesimais.
O cenário político foi determinante para a desvalorização do real, embora o cenário externo já justificasse um desempenho mais cauteloso. A volatilidade dos preços do petróleo afetou as bolsas asiáticas, européias e americanas.
O depoimento do ex-deputado Valdemar Costa Neto, presidente do PL, foi o principal evento do dia. Na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Mensalão, ele negou a existência dos pagamentos mensais a parlamentares. Por outro lado, disse que o segundo turno da campanha petista à Presidência da República foi pago com recursos não-contabilizados (caixa dois).
Na quarta-feira tem mais: o advogado Rogério Buratti deve depor na CPI dos Correios. Foi ele quem gerou forte estresse nos mercados na sexta-feira, ao acusar o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, de receber propina na época em que era prefeito de Ribeirão Preto.
As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam em alta nos vencimentos mais longos, acompanhando a piora dos demais mercados. Nos vencimentos mais curtos, as taxas foram mantidas estáveis, assim como a aposta de corte de juros a partir de setembro.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 19,63% ao ano, a mesma do fechamento de segunda-feira. O DI de janeiro de 2006 ficou com taxa de 19,23%, também estável. Já a taxa do vencimento de janeiro de 2007 subiu de 18,19% para 18,32% anuais. A taxa Selic é hoje de 19,75% ao ano.
AGÊNCIA O GLOBO