| 22/08/2005 11h55min
A projeção entre dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país, aumentou de 51,20%, na semana passada, para 51,35%, de acordo com a perspectiva de uma centena de instituições financeiras e analistas de mercado ouvidos na última sexta pelo Banco Central.
A pesquisa do BC, que dá origem ao boletim Focus, distribuído hoje, indica que a projeção dívida/PIB também aumentará em 2006. Da estimativa anterior de 50,40% passará para 50,50%. Isso decorre, em parte, da estagnação nas projeções de crescimento, que há oito semanas indicam PIB de 3% neste ano e há 16 semanas apontam PIB de 3,50% em 2006. A relação dívida/PIB é utilizada por investidores financeiros como um dos critérios para avaliar a capacidade de um país pagar seus débitos.
De acordo com o cenário desenhado pelos pesquisados, haverá pequena evolução, de 4,45% para 4,48%, nas projeções de crescimento da produção industrial em 2005, e a expectativa para 2006, que era de crescimento de 4,33% na pesquisa anterior, passa agora para 4,40%.
A estimativa para o saldo da balança comercial (exportações menos importações) aumentou de US$ 39,50 bilhões para US$ 40 bilhões neste ano, e subiu de US$ 33 bilhões para US$ 33,50 bilhões no ano que vem. A projeção de saldo de conta corrente, que abrange todas as transações comerciais e financeiras com o exterior, também cresce de US$ 11 bilhões para US$ 11,60 bilhões em 2005, e de US$ 5,55 bilhões para US$ 5,85 bilhões em 2006.
São expectativas do mercado para um cenário no qual a taxa básica de juros, hoje de 19,75% ao ano, caia ainda este ano para 18%, e desça a 15,50% no ano que vem. De acordo com a pesquisa do BC, os analistas apostam na redução para 19,25% já na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), no próximo mês.
O boletim Focus manteve as estimativas de US$ 15,50 bilhões para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no setor produtivo, este ano, contra projeção de US$ 16 bilhões do BC; e a projeção para 2006 cai de US$ 15,95 bilhões para US$ 15 bilhões.
AGÊNCIA BRASIL