| 18/08/2005 17h01min
O ex-policial civil de Minas Gerais, Marco Túlio Prata, conhecido como Pratinha, disse hoje, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, que nada sabia sobre a queima de documentos da empresa DNA Propaganda. O empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, acusado de ser o operador de um esquema de pagamento de mesada a parlamentares, o chamado mensalão, é sócio da empresa. O irmão de Pratinha é Marco Aurélio Prata, contador da DNA Propaganda.
– Esses documentos foram guardados, a pedido de meu irmão, por mais de um mês, e eu nem sabia o que tinha lá dentro daquelas caixas – afirmou Prata.
Na opinião do ex-policial, se houve a queima de algum documento, esta foi feita por questão política com o objetivo de o incriminar. Na casa de Pratinha, a polícia mineira encontrou documentos contábeis e fiscais queimados da empresa DNA, além de 17 armas de calibres diversos, entre elas uma carabina e uma pistola semi-automática.
O ex-policial se definiu como um aficionado por armas, mas não um traficante. Segundo ele, seria um louco se fosse traficante, porque teve o filho morto por de arma de fogo por um bandido, que depois foi morto por ele.
– Matei um bandido hediondo e não me arrependo. Não sou bandido e nem sou traficante de armas – disse.
Preso há um mês, Pratinha se diz o único preso político do país. Ao longo do depoimento, ele repetiu várias vezes que está pagando pelo crime de ser irmão do contador de Marco Valério.
– Meu nome não foi citado em nenhum momento como transportador de malas de dinheiro e muito menos de mensalão ou outra coisa qualquer –afirma.
AGÊNCIA BRASIL