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 | 18/08/2005 00h10min

Crescem suspeitas sobre Omega de Delúbio

Donos de locadora são ligados a empresa em que trabalhava ex-assessor de Palocci


Os donos do Omega preto usado na terça-feira por Delúbio Soares são beneficiários de um contrato com a prefeitura de Ribeirão Preto (SP), que está sob investigação do Ministério Público, assinado no primeiro mandato de Antonio Palocci (1992-1996).

Eric e Roberto Kurzweil, donos da empresa que cedeu o carro, têm ainda ligações com a Leão Ambiental, onde trabalhava Rogério Tadeu Buratti, o ex-assessor de Palocci preso por suspeita de lavagem de dinheiro e destruição de provas. Os irmãos Kurzweil são donos da RECC Serviços, locadora de veículos cujo nome fantasia é Locablin.

A empresa é dona do Omega preto placas DGA 7879, de São Paulo. O carro, blindado e com vidros escuros, cujo aluguel é de R$ 800 por dia, foi usado pelo ex-tesoureiro do PT para ir à sede da sigla, em São Paulo, onde prestou depoimento à  comissão de ética do partido. Quem estava no volante era um motorista do PT que, segundo o partido, prestava um favor a Delúbio. Em julho, a pedido da nova direção petista, Delúbio devolveu ao partido o carro blindado que usava.

O ex-tesoureiro está desempregado desde que deixou a direção do PT e o  governo de Goiás suspendeu o pagamento do salário de R$ 1,3 mil que ganhava  como professor estadual.

Eric e Roberto Kurzweil também são donos da REK Construtora Ltda, que durante cinco anos prestou serviços de limpeza urbana à prefeitura de Ribeirão Preto. Durante o primeiro mandato de Palocci, a REK repassou os contratos para a Leão Ambiental. Buratti era secretário de Governo do município. Depois de vários aditamentos, a prefeitura fez uma nova licitação, vencida pela própria Leão Ambiental. O contrato foi reprovado pelo Tribunal de Contas do Estado e está sob investigação do Ministério Público.

A REK também faz parte do Consórcio Ambient, que ganhou na gestão de Palocci o direito de explorar por 20 anos o tratamento de esgoto na cidade. O projeto polêmico teve investimentos de R$ 78 milhões, em grande parte financiados pelo  Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Foi na cerimônia de inauguração, em 19 de novembro de 2002, que o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que Palocci iria para o ministério.

Os irmão Roberto Kurzweil, RECC Serviços, Palocci e Delúbio, procurados nesta quarta, não retornaram as ligações.

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