| 17/08/2005 11h26min
A cúpula do PSDB decidiu convocar funcionários públicos concursados, ligados ao partido, e que trabalham na Polícia Federal, na Receita e no Banco do Brasil, para colaborar com as investigações que estão sendo feitas pelos representantes do partido na CPI dos Correios. Uma reunião de emergência foi realizada na noite de segunda em São Paulo.
Com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, do governador de São Paulo, Geraldo Ackmin, e do prefeito de São Paulo, José Serra, os tucanos constataram, segundo um dos presentes, que "se a oposição e a CPI não chegarem na fonte da corrupção, o presidente Lula vai entregar os parlamentares petistas e ainda sairá de bonzinho da crise".
No encontro, que contou com a presença dos líderes do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM), e na Câmara, Alberto Goldman (SP), também foi analisada a situaçâo do presidente do PSDB, senador Eduardo Azeredo (MG), que não estava presente e cuja campanha ao governo de Minas Gerais em 1998 teve caixa dois operado pela agência SMP&B, do publicitário Marcos Valério de Souza. Vários tucanos afirmaram que o caso de Azeredo provocava desconforto no partido e inibia a ação de oposição na CPI.
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, alertou que os tucanos não podem imaginar que a fatura está liquidada e que é preciso ir fundo nas investigações sem omitir nada. O prefeito José Serra criticou a proposta do líder do PFL no Senado, José Agripino (RN), de pedir a abertura das contas da campanha de Lula a Presidência em 2002. Na sua avaliação esta iniciativa vinha ao encontro da tese do governo Lula e do PT, que querem reduzir todas as denúncias ao caixa dois e ao crime eleitoral.
As informações são da Agência O Globo.